07/05/2018 às 20:33, atualizado em 16/05/2018 às 11:44

Criminalidade cai, e número de homicídios em abril é o menor em 13 anos

Ocorrências de casos de estupros, de roubos de celulares e em transportes públicos apresentaram redução. A taxa de crimes violentos letais baixou 9,9%

Por Marcelo Nantes, da Agência Brasília

O balanço da criminalidade no Distrito Federal mostrou redução em vários indicadores, em abril, e apontou o número de homicídios (38) como o menor para o mês desde 2005. Houve queda também nos índices de roubo de celulares e de roubo em transportes públicos.

 

De modo geral, os dados, divulgados nesta segunda-feira (7) pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, reforçam a tendência de diminuição significativa da violência e dos crimes contra o patrimônio.

O levantamento também comparou os quatros primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2017. No caso dos assassinatos, foram registrados 159, contra 179 (-11,2%) no mesmo período do ano passado.

De acordo com a projeção da pasta, 2018 mantém reais condições de chegar a dezembro com uma taxa de 14,5 homicídios por grupo de 100 mil habitantes, uma das menores do Brasil e quase 2 pontos percentuais inferior à registrada em 2017 (16,3).

A taxa dos crimes violentos letais intencionais, que inclui as notificações de latrocínio e de lesão corporal seguida de morte, caiu 9,9% no acumulado janeiro/abril.

Ao avaliar os resultados alcançados pelo programa Viva Brasília, a conclusão da pasta é positiva. “Nossa meta é reduzir os homicídios em 6% a cada ano”, estimou o secretário da Segurança Pública e da Paz Social, Cristiano Sampaio.

[Olho texto='”Nem sempre a redução da criminalidade é percebida pela sociedade. É um processo de cultura, de educação e de informação”‘ assinatura=”Cristiano Sampaio, secretário da Segurança Pública e da Paz Socialesquerda

Ele calculou que a redução de 9,9% na violência letal, maior do que a prevista, aponta para uma diminuição de 1,8% ao mês ao longo do ano. “Pode-se estimar que 574 vidas foram preservadas entre janeiro de 2015 e abril de 2018”, calculou.

Crimes contra o patrimônio também caem

A média dos percentuais dos crimes contra o patrimônio, tais como roubos a pedestres (-6,9%), de veículos (-5%), em transporte coletivo (-24,2%), em comércio (-10,6%), em residências (-34,9%) e em veículos (-12,9%), ficou 9,4% abaixo quando comparada à de abril de 2017.

O total de aparelhos celulares roubados e furtados também apresentou significativa redução. Foram 3.533 unidades a menos no acumulado 2018, o equivalente a 17,4% menos em comparação com 2017.

Para o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, o resultado reflete o desempenho do programa Fora da Rede, voltado ao combate do comércio ilegal dos aparelhos. “É um avanço no sentido de desestimular os assaltos. Quem compra é tão criminoso quanto quem rouba”, comparou o diretor-geral.

[Olho texto='”O programa Fora da Rede é um avanço no sentido de desestimular os assaltos de celulares. Quem compra é tão criminoso quanto quem rouba”‘ assinatura=”Eric Seba, diretor-geral da Polícia Civildireita

O acumulado dos crimes contra o patrimônio entre janeiro e abril deste ano, comparado com o mesmo período de 2017, foi 17% menor. Porém, o secretário Cristiano Sampaio reconhece que a redução da criminalidade ainda não repercutiu na população no que se refere à percepção da violência.

“Nem sempre ela é percebida pela sociedade. Nossa primeira preocupação é a de educar. As pessoas precisam saber que o crime está reduzindo. É um processo de cultura, de educação e de informação”.

Violência sexual também mostra redução

Os casos de estupros em abril deste ano foram 45,8% menores que os de 2017 – 39 contra 72.

A comparação do acumulado no primeiro quadrimestre também resultou em diminuição de 17,9% (193 contra 235). E as mulheres são as maiores vítimas, com 86% dos casos.

Já as mortes no trânsito contrariaram a tendência. Foram 34 em abril deste ano, contra 19 em 2017. O diretor do Detran, Silvain Fonseca, acredita que o período das chuvas prolongado e em maior volume quando comparado com o ano passado justifica o aumento.

Edição: Vannildo Mendes