28/11/2018 às 09:00, atualizado em 28/11/2018 às 10:50

Mais de 3,7 mil pessoas passaram pelo Centro de Dança em 2018

Espaço foi reaberto em fevereiro com programação diversificada. Oficinas, aulas continuadas, espetáculos e rodas de conversa movimentaram o equipamento público

Por Cibele Moreira, da Agência Brasília

Reaberto em fevereiro, o Centro de Dança do Distrito Federal recebeu cerca de 3,7 mil pessoas ao longo de 2018. Entre as atividades promovidas no espaço, os brasilienses participaram de oficinas, palestras, rodas de conversa e aulas continuadas.

Com orçamento total de R$ 600 mil para 10 meses de ação, o centro foi palco de 50 eventos oficiais. Ao todo, foram 8,8 mil horas de atividades.

A curadoria conjunta da Secretaria de Cultura com a Conexões Criativas, organização da sociedade civil selecionada para gerir o espaço, possibilitou utilização das salas por meio de demanda espontânea dos dançarinos brasilienses.

O objetivo da parceria é fomentar a produção, promoção e difusão de obras e artistas, além de fortalecer a cadeia produtiva da dança e o desenvolvimento do setor.

[Numeralha titulo_grande=”8,8 mil” texto=”Horas de atividades no Centro de Dança do DF desde a reinauguraçãoesquerda

Para o curador da Conexão Criativas, Neto Machado, a gestão compartilhada termina o ano com saldo positivo. “Foi um projeto-piloto que buscou novo olhar sobre o entendimento da dança no Distrito Federal”, pontuou.

De acordo com ele, a escolha dos eixos curatoriais teve como finalidade propor uma dinâmica voltada para o resgate da memória e a criação de uma história, além da formação de público e artistas.

A programação desenvolvida ao longo do ano foi orientada com base em três linhas:

  • Dança e Memória
  • Dança e Diversidade
  • Dança e Infância

As atividades se encerram em 15 de dezembro.

Gestão do Centro de Dança é compartilhada com sociedade civil

Selecionada por meio de chamamento público, até dezembro, a sociedade civil Conexões Criativas será responsável pela programação das atividades e por estimular o fomento a pesquisas de linguagem, investigação do movimento, qualificação artística e aperfeiçoamento profissional do Centro de Dança.

A colaboração está integrada ao programa Lugar de Cultura e alinhada às diretrizes da Política de Estímulo e Valorização da Dança do Distrito Federal, instituída pela Portaria nº 250, de 29 de agosto de 2017, para promover a inovação, o intercâmbio e o empreendedorismo no segmento.

História e resistência permeiam o Centro de Dança

O prédio que abriga o Centro de Dança foi construído para hospedar funcionários da Petrobras vindos do Rio de Janeiro. Na década de 1980, o local foi repassado ao governo do Distrito Federal para abrigar a Fundação Ballet do Brasil.

No entanto, a fundação não vingou e, em 1993, dançarinos da cidade ocuparam o local. Os grupos de dança Beton (de Andréa Horta), Proposta (de Denise Zenícola) e Stillo (de Rosa Coimbra) marcaram o início dessa fase.

Diretora cênica, coreógrafa e bailarina, Rosa Coimbra lembra que, apesar da ocupação, o lugar não fazia parte, formalmente, do organograma da Secretaria de Cultura.

“Isso gerava uma certa incerteza, já que tinha muita gente de olho no espaço amplo e localizado na área central de Brasília”, comentou.

Em 2010, o decreto publicado em 7 de maio regularizou o Centro de Dança como um espaço da Secretaria de Cultura do DF.

Destinado a pesquisa, ensaios, oficinas, workshops e cursos da área de dança, o equipamento público já recebeu demandas de diferentes estéticas, como ballet clássico, jazz, hip-hop e sapateado —  além de diversos tipos de dança: moderna, contemporânea, popular, flamenca, do ventre e de salão.

Em 2013, o centro  foi desativado e retomado em 28 de fevereiro deste ano, após ampla reforma que requalificou toda a estrutura, com valor aproximado de R$ 3,2 milhões, financiados pela Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap).

Reformado, o prédio dispõe de piso próprio para prática de dança, fachada e banheiros novos, sistemas elétrico e hidráulico adequados, iluminação modernizada e acessibilidade, como rampas e corrimãos.

Edição: Marcela Rocha