06/02/2019 às 19:58, atualizado em 07/02/2019 às 11:06

Aulas nas escolas de gestão compartilhada começam na próxima segunda nos CED de Sobradinho, Estrutural e Recanto

Programa piloto aprovado em unidades das três regiões administrativas deve ser votado nesta quinta (7) em Ceilândia

Por Agência Brasília*

Os centros educacionais (CED) 1 da Estrutural, 3 de Sobradinho e 308 do Recanto das Emas passam a se tornar escolas militares a partir da próxima segunda-feira (11). O programa piloto, uma parceria entre as secretarias de Educação e de Segurança Pública foi aprovado pelas três comunidades escolares das regiões administrativas com ampla maioria de votos.
Nesta quinta-feira (7), será a vez de pais, responsáveis, alunos e educadores do CED 7 de Ceilândia decidirem se desejam ou não a mudança. Participarão do processo de votação alunos maiores de 18 anos, todos os pais ou responsáveis com filhos matriculados na escola (um voto por família), professores e servidores.

No CED 3 de Sobradinho, a comunidade escolar, formada pelos eleitores com direito a voto, aprovou a adesão por 556 votos a 29. No CED 1 da Estrutural foram 71 votos a favor, 6 contra e 3 votos em branco. O processo realizado nas quatro escolas é informal e nada têm a ver com o modelo de eleição de diretores. No Recanto das Emas, por exemplo, a adesão foi aprovada por meio de um abaixo assinado com cerca de 1,4 mil assinaturas.

O programa piloto – implementado em pelo menos 120 unidades escolares de todo o país – entra em vigor neste primeiro semestre apenas nas quatro escolas do Distrito Federal escolhidas pela Secretaria da Educação. Os critérios de escolha foram o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – principal indicador da qualidade do ensino no Brasil; o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – medido anualmente e que tem como base indicadores de saúde, educação e renda; o mapa da violência da região; e a estrutura das escolas.

A gestão da escola será compartilhada e, de acordo com o assessor especial da Secretaria de Educação e responsável pela implementação do projeto, Mauro Oliveira, os professores e o diretores das escolas não estarão subordinados aos militares. Os educadores continuarão cuidando da parte pedagógica enquanto os policiais e bombeiros ficarão com as atividades burocráticas e de segurança – como controle de entrada e saída, horários, filas –, além de dar aulas de musicalização e de ética e cidadania extraclasse. Novas escolas interessadas em aderir ao programa serão analisadas no decorrer do semestre.

Parceria
O custo estimado do convênio entre as secretarias de Segurança Pública e de Educação será de R$ 200 mil por escola, ao ano. A verba virá da Segurança. As escolas militares vão exigir mais disciplina dos alunos. Os uniformes serão diferentes, mas gratuitos. Os meninos terão que usar cabelos curtos e a meninas, coque. Cada escola vai receber de 20 a 25 militares da reserva – da PM e do Corpo de Bombeiros – ou que tenham restrição médica para estar nas ruas.

*com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal