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11/03/2019 às 10:02, atualizado em 21/10/2019 às 15:57
Coordenador da Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro afirma que vai trabalhar pela maior inclusão de estudantes com deficiência nas escolas da rede pública
Há mais de 20 anos no governo, o professor Álvaro Matos de Souza assume novamente a coordenação da Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro. A nomeação dele e de outros 13 coordenadores foi publicada no início do ano no Diário Oficial do DF, depois de um processo de seleção criterioso que passou por avaliação curricular, votação de diretores, programa de gestão e entrevista. Experiência não lhe falta. Ele ingressou na Secretaria de Educação em 1998, por meio de concurso público. Deu aulas de língua portuguesa em Brazlândia, no Recanto das Emas e no Plano Piloto. Já trabalhou nas áreas de recursos humanos e na comunicação administrativa, foi diretor da Escola Classe da 206 Sul e atuou na ouvidoria da Secretaria de Educação, na Defensoria Pública e na Tomada de Contas Especial da Secretaria de Governo. Em entrevista à Agência Brasília, Álvaro Souza falou sobre os desafios que vai enfrentar nos próximos meses à frente da coordenação daquela regional de ensino – uma das estruturas mais complexas da educação pública do DF, que abriga 94 escolas de ensino fundamental, médio e de natureza especial.
Qual a maior dificuldade da regional e como superá-la?
A regional do Plano Piloto e Cruzeiro é uma das maiores e mais complexas de toda a rede. Nossas escolas são muito antigas e estão bem envelhecidas. As estruturas estão comprometidas. As situações emergenciais com problemas de instalação elétrica, telhado que precisa ser refeito, rachaduras e outras manutenções, vamos superar até o início das aulas. Já estamos fazendo gestão disso junto à Secretaria de Educação, mas precisamos, em muitos casos, rever a questão estrutural. Além disso, é necessário superar a questão da modernidade. Precisamos levar aos estudantes um pouco mais de conforto, até mesmo para auxiliar no processo de aprendizagem.
O Plano Piloto abriga algumas unidades específicas, como a Escola de Música de Brasília. Há uma preocupação diferenciada também para esses locais?
Temos uma tipicidade de escolas que ninguém tem. São escolas de natureza especial, começando pela Escola de Música, os centros de ensino especial e as três unidades dentro do Parque da Cidade Sarah Kubistchek. No caso da Escola de Música, ao longo dos anos, a gente tem questionado muito a forma como ela está. Ela é da rede pública, responde à circunscrição da Regional de Ensino do Plano Piloto, mas precisamos nos apropriar de fato dela, principalmente da questão do funcionamento, desde a formação e condução pedagógica das turmas até a carga horária dos profissionais que ali estão. Atualmente, lá, temos alunos formados em música pela UnB e por outras universidades. Não há um acompanhamento mais minucioso disso. Então, vamos ter um olhar diferenciado para a Escola de Música.
“Precisamos levar aos estudantes um pouco mais de conforto, até mesmo para auxiliar no processo de aprendizagem”
As escolas do Parque da Cidade são de ensino regular?
Dentro do Parque da Cidade temos três unidades. A Escola Meninos e Meninas do Parque atende a estudantes em situação de vulnerabilidade, com apoio pedagógico, nutricional e social. Lá, destacamos o trabalho feito na modalidade Educação de Jovens e Adultos [EJA]. Temos também o Proem [Escola Parque da Cidade – Promoção Educativa do Menor], que acolhe alunos dependentes químicos e aqueles em liberdade assistida; e a Escola da Natureza, que pode ser um suporte para outras unidades. Em 2015, por exemplo, fizemos um trabalho na Escola da Natureza juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente e realizamos uma ação de multiplicadores no combate à dengue. A ideia é prosseguir fortalecendo essas iniciativas.
O Plano Piloto é referência para os estudantes com deficiência. Existe alguma proposta para melhorar o atendimento a esse público?
Hoje, trabalhamos com o que temos, que são três centros de ensino especial: um para deficiente auditivo e visual e outros dois, na 612 Sul e na 912 Sul, para alunos com deficiências outras como autismo, déficit de atenção, etc, mas minha angústia maior é em relação ao Centro de Ensino Especial da 416 Sul, onde os meninos se perpetuam em classes especiais, em vez de serem incluídos. Há salas de aula com um único aluno acompanhado durante anos, às vezes, pelo mesmo professor. Vamos ter um olhar especial para esses casos, porque é importante para eles que haja uma evolução. É importante que o aluno seja incluído. Por isso, teremos um olhar especial para esses casos. O ensino especial precisa ser tratado com mais atenção e carinho.
Quanto às notas de desempenho dos alunos, existe alguma estratégia para melhorar esses índices?
O objetivo da regional, assim como de toda a rede pública, é fortalecer o processo de aprendizagem, incentivar os alunos para que eles realmente aprendam. Não é só passar de ano. É aprender mesmo, evoluir no processo do ensino. Vamos reforçar o trabalho pedagógico junto às escolas para verificar as falhas, ajustar o que é necessário ajustar e fazer com que nossos estudantes se desenvolvam. As notas e o melhoramento dos índices serão apenas consequência.