18/03/2019 às 10:21, atualizado em 12/07/2019 às 16:48

Uma mulher de múltiplas atividades

Subcomandante da comunicação social do Corpo de Bombeiros Militares do DF, a major Ive Lorena Athaydes cumpre expediente intenso e ainda arranja tempo para atuar como atleta e cantora

Por Gizella Rodrigues, da Agência Brasília

A música não foi deixada em segundo plano. Ela também é vocalista do grupo Cordel de Samba e nos coletivos Essa Boquinha eu já Beijei e banda Maria Vai Casoutras

E isso nem é tudo. Desde 2015, Lorena também faz parte do time de futebol feminino da Segurança Pública do DF – que, em 2017, foi a primeira equipe a representar o Brasil nos Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros (World Police and Fire Games), um evento esportivo bienal aberto a policiais, civis e militares, e bombeiros da ativa e aposentados de todo o mundo. As 12 atletas trouxeram a medalha de bronze de Los Angeles (EUA) e a major, capitã da equipe, foi a artilheira da competição. Este ano, mais de 40 servidoras das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros estão em treinamento para o fechamento do time que vai para a China.

Representatividade

Conciliar tantas atividades requer esforço e disciplina. As manhãs de Lorena, inclusive as de sábado, são dedicadas à atividade física: os treinos de futebol e musculação. À tarde é reservada para o expediente dos bombeiros, que vai das 13h às 19h, e as noites são para ensaios e apresentações.

“Eu tento limitar minha agenda de eventos para os fins de semana e deixar o Corpo de Bombeiros específico para os dias de semana, mas também cumpro uma escala de serviços operacional, mesmo estando no expediente”, conta. “Então, eventualmente, eu posso pegar um serviço de 24 horas no fim de semana. Se o dia de serviço coincidir com um show, eu tento trocar com um colega. Mas tudo que envolve os bombeiros é minha prioridade, porque a música, apesar de me dar algum retorno financeiro, não é o meu sustento”.

Além de tanta movimentação na vida profissional, Lorena também tem outro papel a exercer: o de mulher e esposa. Casada há cinco anos, ela ainda não encontrou espaço para os filhos em sua rotina. “Minha mulher e eu queremos ser mães, mas é um plano para o futuro”, justifica. A major é uma das 42 mulheres em cargos de chefia do CBMDF e uma das 786 militares em uma corporação ainda dominada pelo sexo masculino – são 5.674 homens, e as mulheres representam apenas 13% do efetivo.

[Numeralha titulo_grande=”42″ texto=”Número atual de mulheres em cargos de chefia no CBMDF

“Por ser mulher, tudo que a gente se propõe a fazer é desafiador”, avalia. “A gente tem que lutar pelo nosso espaço em qualquer lugar, tanto na música quanto na minha corporação, que é militar. A gente sabe que nosso mundo como um todo ainda é muito machista. Por isso me dedico tanto, para poder ser exemplo para as mulheres que estão entrando agora na corporação, no mundo da música, onde elas quiserem estar”.