08/05/2019 às 16:55, atualizado em 08/05/2019 às 17:11

GDF começa a implementar escolas interculturais bilíngues

Assinatura de memorando de entendimento com a Embaixada da França levará o idioma ao Centro Educacional do Lago Norte (CEDLAN). O processo será gradativo e concluído em três anos

Por Jéssica Antunes, da Agência Brasília *

Foto: Mary Leal / Secretaria de Educação

Ali, quase todos os estudantes vivem em comunidades vulneráveis. São 85% do Varjão e os demais principalmente do Itapoã e do Paranoá. A renda familiar média é inferior a dois salários mínimos e a maioria não recebe auxílio de programas sociais. Em situação de risco social, há realidades de violência familiar, bullying e uso de drogas.

Vice-diretora do colégio, Isabella Barbosa Araújo conta que o projeto foi recebido com ânimo pela comunidade escolar. “Quando falamos da proposta, acharam muito legal. Vai ser um diferencial e uma oportunidade para eles que perpetuará pela vida.”

Implementação gradativa

O acordo, assinado agora, é o pontapé inicial para a implementação do novo idioma no colégio (veja calendário abaixo). A previsão é que, em 2021, o francês faça parte das disciplinas em horário regular e no contraturno, compreendendo metade do período letivo diário. Para isso, os professores do CEDLAN passarão por curso de formação realizado pela Aliança Francesa a partir de julho.

Professores de Francês da rede pública de ensino serão deslocados para ministrarem as aulas específicas. Aos demais será exigido apenas rudimentos, como prestar cumprimentos ou ver as horas. Gerente da Bandeira Escolas de Excelência e responsável pelo projeto das escolas bilíngues, David Nogueira defende que é preciso envolvimento na nova realidade bilíngue do colégio para que a imersão seja efetiva.

Aos alunos, o processo também começa em julho, quando eles começarão a frequentar as salas de vivências no início do segundo semestre. Trata-se de espaços que fogem do formalismo das salas de aula tradicionais, com objetos decorativos e sofás no lugar das carteiras. Aulas nesses locais acontecerão no contraturno três vezes por semana, com turmas de, no máximo, 20 estudantes, que começarão a ter contato com o idioma. Em agosto, começará a imersão, em português, na cultura e a história da França também no contraturno.

No primeiro semestre de 2020, acontecerá a primeira oficina de uma disciplina na língua alvo. No segundo semestre, começarão aulas em francês no turno regular. Na segunda metade do ano seguinte, 2021, todos os componentes ministrados no contraturno serão ofertados na língua estrangeira. Ao mesmo tempo, parte das disciplinas do turno regular adotará a língua.

“A aprendizagem de outros idiomas influencia vários outros aspectos. As pessoas bilíngues conseguem aprender mais facilmente qualquer outra coisa, as conexões cerebrais são mais complexas. A escola também ficará muito mais interessante para os alunos do ensino médio”, diz o titular da Secretaria de Educação.

Calendário de implementação

Maio de 2019:

  • Assinatura do Memorando de entendimento.

Junho de 2019:

  • Assinatura do Termo de Cooperação.

Julho de 2019:

  • Implementação da sala de vivência.
  • Início da formação dos professores.

Agosto de 2019:

  • Início do projeto sobre a cultura e a história da França, com aulas em português.

1º semestre de 2020:

  • Continuação da formação dos professores.
  • Início da primeira oficina de componente curricular, em francês, no contraturno.

2º semestre  de 2020:

  • Continuação da formação dos professores.
  • Início da segunda oficina de componente curricular, em francês, no contraturno.

1º semestre de 2021:

  • Continuação da formação dos professores.
  • Introdução de um componente curricular, em francês, no turno regular.

2º semestre de 2021:

  • Todos os componentes curriculares do contraturno ofertados em francês, para alunos do 2º e 3º anos.
  • Alguns componentes curriculares do turno regular ofertados em francês.

* Com informações da Secretaria de Educação