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13/06/2019 às 09:52, atualizado em 13/06/2019 às 13:03
Alunos da rede pública e privada pegam carona na Feira do Livro de Brasília para conhecer o Museu Nacional da República e suas exposições
Alunos das redes pública e privada do Distrito Federal estão congestionando o Museu da República nesses últimos dias. Mas é por uma boa causa. Isso porque muitos estão aproveitando a empolgação em torno da Feira do Livro para dar uma esticada até o espaço, que fica bem ali ao lado do evento literário. O movimento mostra que, além de ter mudado o desenho do Complexo Cultural da República, a festa do livro tem transformado os sentidos e sonhos da garotada.
Tão atrativa tem sido a programação que que filas enormes formam do lado de fora do museu, fazendo com que grupos escolares esperem a vez de entrar. Do lado de dentro, o fluxo intenso e constante tem criado uma sinfonia de jovens transitando entre trabalhos de artistas do Brasil, do Japão e da China. Eis uma das vantagens de morar em uma cidade cosmopolita, celeiro de representações internacionais e diversidade cultural.
“Aqui estão obras de artistas de outros países, é o espaço ideal para se sintonizar com novas culturas, sejam elas locais ou estrangeiras”, avalia a professora Patrícia Pereira, que leciona língua portuguesa no colégio Complexo 9, de Planaltina (GO) . “Também é a oportunidade de explorar um ambiente cultural diferente”.
Aluna do segundo ano da escola de Planaltina, Camila Marques se disse encantada com as obras dos artistas que viu, mais ainda com os traços modernos da arquitetura do museu assinada por Oscar Niemeyer, pai de quase todos os edifícios da nossa capital. “É um espaço enorme. Adorei essa sacada, que tem uma visão privilegiada de todo o museu”, valorizou a jovem, que pela primeira vez visitava o local. “Tudo é muito bonito, há muita coisa diferente para se ver”, complementou Nayllane Mendes, aluna do quinto ano da Escola Classe 108 de Samambaia Sul.
Atividade extracurricular
Desde janeiro deste ano sob a coordenação de Charles Cosac, ex-editor da Cosac & Naify e ex-diretor da Biblioteca Mário de Andrade, de São Paulo, o Museu Nacional da República é o espaço do gênero mais visitado da cidade, segundo a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec/DF). A ideia de transformar o ambiente numa referência de arte moderna e contemporânea, conforme salientou Cosac ao assumir o posto, tem se concretizado.
Além de conhecer uma exposição com 110 imagens exaltando o trabalho da fotógrafa Mila Petrillo, num recorte documental que perfaz 15 anos da história da dança e do teatro na capital, os alunos da rede pública e privada que passaram pelo local puderam fazer uma imersão no lado oriental do planeta por meio das obras do artista plástico japonês Yutaka Toyota e de vários nomes da arte contemporânea chinesa. É uma gama de informações privilegiadas que vai se transformar em atividade extracurricular no histórico dos estudantes.
“Eles acharam tudo fantástico”, comemorou Quésia Lemos, diretora do colégio Complexo 9. “Muitos estão vindo ao museu pela primeira vez, e para alguns será uma experiência marcante para a vida toda. É um momento de interação e de muito aprendizagem e o que ficou para eles nesse dia será lembrado em sala de aula.”
A professora de português Ana Thaisa da Silva, do Centro de Ensino Fundamental 519 de Samambaia Sul, também vê nessa interação uma excelente oportunidade para os estudantes. “Poder visitar a feira [do livro] e logo na sequência um museu vai ajudá-los a expandir o conhecimento artístico”, destaca.
E tudo indica que as ondas de conhecimento e experiência sensorial transmitida pelas três exposições do Museu Nacional da República atingem todas as faixas etárias. Compondo uma das turmas mais curiosas e empolgadas, os alunos da Escola Classe 401 de Recanto das Emas não tiravam os olhos das obras de artes, dando asas à imaginação diante das “viagens” dos artistas. Foi o caso do pequeno Marcus Vinícius de Carvalho, de seis anos, impressionado com uma enorme caixa esverdeada tridimensional que viu na exposição do japonês Yukuta Toyota. “Era bem legal, brilhante e grandona”, observou o jovem, sem saber se se tratava da kriptonita do Super-Homem ou de mais uma façanha do Lanterna Verde.