06/08/2019 às 19:01, atualizado em 06/08/2019 às 19:02

Música e bordado alegram rotina de pacientes do Hospital São Vicente de Paulo

Ideia do projeto “Música não é barulho, música transforma” é levar atrações musicais para espaços públicos como escolas e unidades de saúde

Por Leandro Cipriano *

Bordados produzidos pelos próprios pacientes em oficinas foram expostos na unidade de saúde | Foto: Breno Esaki / Secretaria de Saúde

“Esse tipo de evento tem uma importância muito grande. A música melhora de uma forma esplêndida a situação dos pacientes, e eles vão se sentindo parte de algo maior”, afirma o diretor-geral Hospital São Vicente de Paulo, Paulo Porto.

Segundo a produtora Mariana Cardoso, uma das idealizadoras do projeto, a ideia é levar a música para vários espaços públicos, como hospitais e escolas.

“A música não deve trazer conflitos, e sim coisas boas. É um momento de conexão, de trazer mais alegria, conforto. Acredito que a música nos transforma de verdade”, comentou.

As atividades musicais, em parceria com o Fundo de Apoio à Cultura (FAC), foram trazidas ao HSVP pela equipe de profissionais de saúde do Núcleo de Atividades Terapêuticas da unidade.

Oficina

À frente da equipe de profissionais, a terapeuta ocupacional Bruna Fassanaro explica que a oficina de bordado desenvolvida no hospital para os pacientes teve como foco, nesta edição do projeto, descobrir o que a música representa para as pessoas.

Depois de um mês de bordado, os resultados apareceram. “Teve desde estrelas do Popstar [programa de TV] a janelas que se abrem para o que é novo. A ideia era os pacientes expressarem no bordado aquilo que eles sentiam”, explicou a terapeuta.

No caso de E.M.F, 66 anos, paciente do ambulatório do HSVP, o próprio ato de bordar já se tornou uma expressão de determinação. Ela sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e ficou com parte de suas funções motoras imobilizadas. A situação a levou a uma depressão, que foi tratada na terapia ocupacional.

A árvore que E.M.F. levou pouco mais de um mês para criar revela todo seu esforço para exercitar a mão esquerda, parte não atingida pelo AVC.

“Como morei na roça por muito tempo, escolhi fazer algo que me lembrasse de lá. Foi um exercício muito bom, porque me ajudou a fazer melhor o que eu tinha dificuldade”, declarou.

A oficina de bordado para os pacientes é uma atividade fixa no HSVP. Ocorre todas as terças e quintas-feiras, com o suporte da equipe do Núcleo de Atividades Terapêuticas.

* Da Agência Saúde.