25/10/2019 às 14:10, atualizado em 29/10/2019 às 15:17

Vicente Pires: lagoas de detenção dão vazão à água da chuva

Das 23 obras previstas em projeto, 14 estão prontas e seis se encontram em processo final de execução. Intervenção faz parte de série de obras de infraestrutura na região

Por Jéssica Antunes, da Agência Brasília

Administrador regional de Vicente Pires, Daniel de Castro revela bom funcionamento das bacias de detenção após temporais | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Nos dissipadores, há quebra da energia e redução da velocidade da água, que chega à lagoa e à natureza sem causar danos. As intensas pancadas de chuva desta semana foram termômetro para o bom resultado das intervenções concluídas. Daniel de Castro, administrador de Vicente Pires, conta que dez minutos após as precipitações, as ruas já estavam limpas, longe da realidade vivida um ano atrás. 

“A gente percebe transtorno onde ainda há obras de drenagem, mas vimos que a medida funcionou bem. A água, que era para ser lama nas ruas, agora vai para a bacia. Minimizamos o estresse da nossa população, que vai reconhecer bem [o trabalho] no ano que vem, quando terminarmos as obras”, afirma o administrador. Ele lembra que essas construções protegem as casas dos moradores. 

Morador de Vicente Pires há 13 anos, Edinelson Marques diz perceber a mudança na realidade da região com chuvas | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Ele mora na cidade há 13 anos e viu a transformação com proliferação de condomínios sobre o terreno de colônia agrícola, arenoso, sem sistema de drenagem pluvial e em meio a diversas minas d’água. “Água mesmo não fica na rua, só lama, o que é normal, já que tem obras para todos os lados”, conta. O eletricista diz que nunca tinha presenciado tanta intervenção ao mesmo tempo por ali. 

O terreno de Vicente Pires tem um declive de 120 metros desde Taguatinga até a região do Jóquei. Por isso, a força da água em dias de chuva é muito grande. Dissipadores servem para reduzir a velocidade e impedir o assoreamento dos córregos para onde a água da chuva é direcionada. 

São grandes placas de pedras em caixas de tela de arame por onde a água entra, perde velocidade e mantém o fluxo de escoamento. Se chega com força e cai direto na natureza, causa erosão e consequente assoreamento. É, por exemplo, o que a Secretaria de Obras termina de fazer na chácara 50 da Rua 3. 

[Olho texto='”Estamos trabalhando árdua e duramente para que isso dê melhor qualidade de vida à população”‘ assinatura=”Sérgio Antunes Lemos, subsecretário de Fiscalização de Obrasesquerda

Ali a estrutura final está pronta, enquanto a galeria de ligação de águas pluviais, com dois metros de altura e de largura, passa pelas últimas intervenções. A previsão é que tudo esteja concluído até o início de novembro, levando mais segurança e qualidade de vida aos moradores da região. 

Darione Oliveira, coordenador de Obras da Administração de Vicente Pires, explica que essa bacia recebe as correntezas das ruas 8 e 3. “A água da chuva que cai pelas bocas de lobo é canalizada e cai no dissipador, onde quebra a velocidade até chegar ao córrego sem derrubar vegetação ou causar erosão”, conta.  

“De certa forma, [o trabalho] causa transtorno à população por causa do barro, mas  é um mal necessário: não se faz omelete sem quebrar o ovo”, compara o subsecretário de Fiscalização de Obras. Ele estima que nos próximos 15 dias a drenagem na Rua 3 esteja concluída, permitindo o funcionamento do dissipador.

De acordo com Sérgio Lemos, tudo é feito para evitar problemas que a população vem sofrendo há anos. “Estamos trabalhando árdua e duramente para que isso dê melhor qualidade de vida à população”, garante.