22/11/2019 às 13:53, atualizado em 22/11/2019 às 14:00

Arte, um dos caminhos da cura

Pacientes de saúde mental são destaque em evento anual no qual mostram seu talento em atividades artísticas e culturais

Por Agência Brasília *

A arte cura, inspira e também promove novas formas de cuidado. Assim o demonstra o projeto Encontro da Arte, evento anual da Secretaria de Saúde (SES) que, realizado nesta sexta-feira (22), no Centro de Excelência em Turismo (CET) da Universidade de Brasília (UnB), apresenta o trabalho de pessoas em sofrimento psíquico grave que produzem manifestações artísticas dos mais variados tipos.

A meta é que os artistas saiam do papel de “pacientes” para mostrar ao público sua sensibilidade, fraquezas e amores. Tudo ocorre por meio de representações artísticas, como rodas de conversa, concurso de poesia e exposições artísticas, com itens que podem ser comercializados.

Estímulo

O encontro também estimula e desenvolve as capacidades artísticas do usuário do serviço de saúde mental da SES. É o caso de Davi Santos, 39 anos, que passou por tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Sobradinho I. Apesar do talento musical, Davi nunca teve oportunidade de se apresentar em público – situação que mudou no Encontro da Arte, onde ele tocou uma música do grupo Vocal Livre e emocionou a todos os participantes.

“Hoje, tive a oportunidade de expressar meu talento de uma forma mais corajosa e leve, e expressar o que sinto através da música”, comentou Davi. “Para mim, esta valorização que o evento dá à nossa arte e a nós é tudo de bom.”

Quem também agradece pela oportunidade é a estudante e artista Jaqueline Ferreira, 28 anos, que passou por acompanhamento na saúde mental. “A arte te envolve como um todo, e a dança me ajuda a mostrar tudo o que passei na minha vida nos últimos tempos”, afirmou, ainda no camarim, quando se preparava para a coreografia que apresentaria no palco.

 

Cura pela arte

“Neste dia, eles são os promotores da própria cura, feita pela arte”, destacou a terapeuta ocupacional Alessandra Rizzi, da SES. “Que saiam do papel de paciente e virem instrumento de cura nesse movimento”. Idealizadora do projeto em 2013, ela conta que, a cada ano, o Encontro da Arte cresce mais, incentivando a participação de instituições públicas da SES, ONGs, comunidades terapêuticas e representantes do setor privado. “É aberto a todos que trabalham com saúde mental”, explicou.

* Com informações da SES