13/01/2020 às 08:00, atualizado em 13/01/2020 às 15:32

Túnel de Taguatinga, agora, vai sair do papel

Assinatura da ordem de serviço nesta terça-feira abre o prazo de 24 meses para a construção da obra que vai mudar o centro da cidade, com investimento R$ 275 milhões

Por Agência Brasília

Taguatinga terá sua região central inteiramente remodelada a partir da construção do túnel e do boulevard que vai cruzar a cidade, transferindo todo o trânsito de passagem para Ceilândia, Samambaia e Sol Nascente. A obra, promessa há pelo menos dez anos, sai do papel nesta semana, com a assinatura da ordem de serviço pelo governador Ibaneis Rocha e o início da montagem dos canteiros (veja mais abaixo, em vídeo, a simulação do projeto).

O túnel de Taguatinga faz parte do chamado Corredor Eixo Oeste, principal projeto viário para a região sul do Distrito Federal, e que incluiu o alargamento do viaduto da EPCT com a EPTG – que será inaugurado no final de janeiro –, a revitalização completa da avenida Hélio Prates e a construção do Viaduto da Estrada Parque Indústria Gráficas (EPIG), entre o Sudoeste e Parque da Cidade.

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Na avaliação do secretário de Obras, Luciano Carvalho, trata-se de uma obra essencial e estratégica para a mobilidade urbana do DF. “Por muito tempo, as obras do projeto do Corredor Eixo Oeste ficaram engavetadas, reféns de decisões judiciais. Esta gestão aceitou os desafios, resolveu os problemas jurídicos, assegurou recursos orçamentários e, agora, vai começar efetivamente a obra do túnel de Taguatinga, talvez a obra mais simbólica desta gestão”, destacou Carvalho.

O túnel terá 1.010 metros de extensão e vai contar com duas vias paralelas, cada uma com três pistas de rolagem em cada sentido. O investimento é de R$ 275 milhões, com recursos provenientes de financiamento firmado pelo GDF com a Caixa Econômica Federal. A previsão é de que a obra seja concluída em 24 meses, com execução sob responsabilidade do consórcio Novo Túnel.

De acordo com Carvalho, o túnel – na verdade serão dois túneis – fará uma ligação subterrânea para quem segue para Ceilândia, pela via Elmo Serejo, além de oferecer uma via alternativa pela superfície para o Centro de Taguatinga. Isso evitará a retenção de veículos nos semáforos do centro de Taguatinga. Com a conclusão da obra, os carros que estiverem na Avenida Elmo Serejo, sentido Plano Piloto, vão mergulhar pelo túnel e sair na Estrada Parque Taguatinga (EPTG).

Veja a simulação do projeto

“Do outro lado, aqueles que chegarem a Taguatinga pela EPTG também passarão por ele até o início da Via Estádio, saindo logo após o viaduto da Avenida Samdu. Vias marginais darão acesso às Avenidas Comerciais e Samdu Sul e Norte”, acrescenta o secretário Carvalho.

Boulevard Taguatinga

Se por um lado o túnel irá desafogar o trânsito para os mais de 135 mil veículos que circulam pela região, por outro a atual Avenida Central se transformará em um boulevard arborizado que oferecerá uma paisagem inteiramente diferente para a população, com foco nas pessoas e no comércio da região. Além do paisagismo, as calçadas serão revitalizadas e os estacionamentos ampliados.

O fluxo de veículos na avenida concentrará veículos do transporte público, como o BRT, e de moradores e pessoas interessadas em usufruir da região central da cidade. A previsão é de que Taguatinga ganhe um centro ainda mais vibrante e mais moderno, com consequente valorização imobiliária e comercial.

Planejamento para reduzir transtornos

Uma obra como esta traz óbvios transtornos, que vão exigir mais cuidado dos moradores e transeuntes, mas tudo está sendo planejado para que haja uma redução no incômodo. Nos primeiros meses, técnicos da Secretaria de Mobilidade, Departamento de Trânsito (Detran) e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) estarão se reunindo buscando uma fórmula para que o impacto no trânsito seja o menor possível, já que a região é movimentada.

Na visão dos técnicos do GDF e do consórcio contratado, um dos principais desafios será harmonizar a execução de uma obra de engenharia complexa em uma região com grande circulação de veículos e pessoas. Durante a construção do túnel terá que ser interditado um trecho de aproximadamente 1,3 quilômetros – do viaduto da Elmo Serejo até o viaduto da EPTG com a EPCT, sentido Ceilândia-Plano Piloto, na Avenida Central de Taguatinga.

“Já estamos trabalhando para ajustar os desvios que precisarão ser feitos no trânsito durante a execução dos serviços. Além dos desvios, pequenas obras de tráfego serão realizadas, além da instalação de semáforos e sinalização. Tudo para minimizar os impactos”, pontua o subsecretário de Acompanhamento e Fiscalização de Obras do GDF, Ricardo Terenzi.

“Por muito tempo as obras do projeto do Corredor Eixo Oeste ficaram engavetadas. Esta gestão aceitou os desafios e, agora, vai começar talvez sua obra mais simbólica”Luciano Carvalho, secretário de Obrasesquerda

Algumas alternativas estão sendo estudadas, principalmente porque passam muitos ônibus pelas vias centrais. Já há algumas alternativas colocadas à mesa, como o desvio do fluxo de veículos de quem viaja em direção ao Plano Piloto para a Avenida das Palmeiras, paralela à Avenida Central, passando pelo Pistão Sul até a alça de acesso à EPTG no viaduto na entrada de Taguatinga. Desta forma seriam construídos acessos da Elmo Serejo para Avenida das Palmeiras, e desta para a via EPCT no Pistão Sul.

“No sentido Ceilândia/Plano Piloto, inicialmente pretendemos que a Avenida das Palmeiras tenha sentido único. Desta forma, seriam quatro faixas de rolamento destinadas ao fluxo de veículos. Para garantir a fluidez, dos atuais três semáforos da via, apenas um continua em funcionamento”, detalha Rodrigo Magalhães, engenheiro do Consórcio Novo Túnel.

“No sentido Plano Piloto/Ceilândia, a princípio, manteremos três das quatro faixas de rolamento do centro de Taguatinga em funcionamento. Nossa meta é impactar minimamente o tráfego de veículos e pessoas”, complementa o engenheiro. Mas a definição das mudanças só será feita depois de analisadas todas as demais alternativas e da realização de testes organizados pelo Detran e pelo DER.

Veja a foto da proposta de mudança no trânsito:

Ao mesmo tempo, o consórcio contratado para a obra – que já tem pronto o estudo básico do empreendimento – desenvolve o projeto técnico e instala os canteiros, inclusive um exclusivo para concretagem. Os números que envolvem a construção do túnel são sempre maiúsculos: 8 mil toneladas de aço, 90 mil metros cúbicos de concreto, 200 mil metros cúbicos de terra movimentada.

A obra deve ser efetivamente iniciada ao término do período de chuvas e será feita em dois turnos, criando centenas de empregos diretos. “Além de assegurar as melhores soluções técnicas de engenharia, nossa prioridade é executar uma obra segura e com impacto mínimo para população. Estamos cientes que a interdição do trânsito influenciará na rotina das pessoas, o que é inevitável, mas assim que concluído, os benefícios serão enormes”, avalia o secretário.

Para o subsecretário Ricardo Terenzi, a fase de preparativos é essencial para o perfeito andamento das obras. “Atualmente, os projetos estão sendo revisados rigorosamente, além de definidas questões ‘pré-obra’, como localização do canteiro, logística, entre outros. Tudo exaustivamente discutido e analisado para minimizar o impacto da construção. Queremos fazer uma obra transparente e sem paralisações”, destacou.

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ALARGAMENTO DO VIADUTO – Com 11 faixas para a circulação de veículos, sendo cinco no sentido Plano Piloto e quatro no sentido Taguatinga, além de duas faixas centrais para ônibus, com largura de quatro metros, o alargamento do viaduto de interseção da EPCT com a EPTG será concluído ainda neste mês.

CORREDOR EIXO OESTE – O Túnel de Taguatinga faz parte do Corredor Eixo-Oeste, que terá 38,7 quilômetros de extensão e ligará Ceilândia (Sol Nascente) ao Plano Piloto (Eixo Monumental e Estação Asa Sul), passando por Taguatinga.

Números

Valor da obra: R$ 275,7 milhões (R$ 275.744.558,87)

Lançamento da obra: 14/1/2020

Previsão de conclusão da obra: 14/1/2022

Extensão do túnel: 1.010 metros, dos quais 180 metros no trecho de emboque e 830 metros cobertos

Volume de concreto que será utilizado: 90.000 metros cúbicos

Quantidade de aço que será utilizado: 8.000.000 quilos

Contenções em parede diafragma: 65.000 metros quadrados

Escavação subterrânea: 160.000 metros cúbicos