A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) veta a entrada de smartwhatches no momento de visita aos internos do sistema. O órgão, vinculado à Secretaria de Segurança Pública do DF, fixa a medida após seu sistema de inteligência identificar a possibilidade de advogados dos internos viabilizarem que seus clientes façam ligações clandestinas por meio desses dispositivos.
Além de ligações telefônicas, esses aparelhos realizam diversas outras funções, como o envio e visualização de mensagens e até mesmo fazem monitoramento cardíaco em tempo real.
“Estamos tendo problemas com alguns advogados. Recebemos a informação de que muitos cobram valores altos aos internos para entrar com smartwatches que fazem ligações e troca de mensagens. Tomamos a medida imediata de proibir a entrada desses dispositivos nas unidades prisionais e nossa inteligência está sendo empregada para que não se repita no DF problemas semelhantes de outros estados”, ressalta o subsecretário da Sesipe, Adval Cardoso.
Ainda na última semana, agentes de execução penal identificaram que um detento, lotado no Centro de Detenção Provisória, portava dinheiro indevido após o momento da visita. Ao ser revistado, foi encontrado o montante de mais de R$ 1 mil com o interno, que confessou que acabara de receber a quantia de seu advogado, que transportou o dinheiro dentro de um canudo plástico. O valor ultrapassa o máximo de R$ 150 permitido pelas regras internas do complexo penal.
“A entrada clandestina de dinheiro no sistema penitenciário fomenta o jogo, a extorsão entre os internos. Comunicamos o caso, por meio de ofício, ao Ministério Público do DF, à Vara de Execução Penais do DF e à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional DF (OAB/DF) para que providências sejam tomadas com relação ao ato do advogado que repassou essa quantia indevida”, informa Cardoso.
Só em 2019, mais de 78 mil agendamentos de advogados foram realizados para que possam atender os detentos do sistema penitenciário. Quase meio milhão de senhas foram emitidas para dias de visita. No último ano, A Secretaria identificou 136 visitantes que portavam diversos tipos de entorpecentes – muitos localizados no interior do corpo dos visitantes -, em frutas, produtos de higiene e vestuário.
Revistas
Para a revista no momento que os visitantes ingressam nas dependências das Unidades Prisionais, foram adquiridos 12 scanners corporais, em 2019, por meio de convênio com o Ministério da Justiça (MJ). Outros cinco equipamentos foram doados pelo mesmo órgão ao Sistema Penitenciário do DF. Destes, dez estão em pleno funcionamento nas unidades prisionais. Os demais aguardam a conclusão das adaptações necessárias de espaço para funcionarem.
Os agentes são devidamente treinados para executar a revista nos visitantes, e, além dos scanners corporais e de objetos, contam com o auxílio de objetos, portais e bancos detectores de metais que agilizam a entrada dos visitantes e diminuem a exposição vexatória durante a revista pessoal.