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01/03/2020 às 12:43
A pedagoga deixou São Luís numa Kombi com 10 pessoas há 36 anos para tentar a sorte na capital federal. Aqui, casou, teve filhos e venceu na vida
[Numeralha titulo_grande=”52″ texto=”dias para os 60 anos de Brasíliacentro
Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade.
Com 21 anos de idade eu tinha um grande sonho, que era o de morar em Brasília. Era tradição em minha família, à medida que os jovens iam ganhando a maioridade, muitos de nós sair do Maranhão para tentar novos rumos. Brasília era o destino da maioria, pois representava, para nós, o berço das oportunidades. Cresci ouvindo isso. Tinha até uma canção que minha mãe usava para ninar meus irmãos que foi determinante para que esse meu encanto por Brasília só aumentasse.
Não lembro o nome da canção, mas sei que dizia assim: ‘Me convidaram para eu ir para Brasília, mas eu não fui porque não tinha condição…!’ Na ocasião, já viviam aqui, tios, primos e amigos.
Foi então que, em fevereiro de 1984, aproveitando que uma tia estava no Maranhão passando férias, pedi para ela me trazer. Eu queria conhecer de perto o que tanto tinha nessa cidade que encantava a todos.
No fundo, algo me dizia que ia valer muito a pena! Hoje, depois de 36 anos morando nessa cidade, falo com o peito cheio de orgulho e gratidão: eu consegui!esquerda
E foi com o coração cheio de emoção que saímos de São Luís em uma Kombi com mais de dez pessoas a bordo, rs. A viagem demorou muito mais do que o previsto, pois o carro deu problema. Foi uma verdadeira saga, mas nada disso incomodava, pois o anseio para mudar de vida era muito maior.
De lá para cá, muita coisa aconteceu, houve dias difíceis em que a vontade de voltar era grande! Os sonhos da ‘mocinha’ demoraram a acontecer. Mas, no fundo, algo me dizia que ia valer muito a pena! Hoje, depois de 36 anos morando nessa cidade, falo com o peito cheio de orgulho e gratidão: eu consegui!
Hoje, me sinto muito mais brasiliense que maranhense. Foi aqui que me defini quanto à profissão, professora da rede pública. Foi aqui que me casei, e tive meus filhos, ou seja, minhas maiores conquistas aconteceram nesta cidade.
Olhando para trás o sentimento maior é o de gratidão. Gratidão à minha tia Maria das Graças que me trouxe e me acolheu por muito tempo em sua casa. Gratidão à minha família que sempre me apoiou, depois eu consegui trazer todo mundo. Sou profundamente grata a essa cidade que me acolheu e me inspirou a uma vida de muitas conquistas.”
Socorro Raposo, 56 anos, pedagoga, mora em Taguatinga