“Ela voltar foi como ganhar na mega-sena. Agradeço a Deus todos os dias”, conta Kaline Viana, depois que sua irmã Kamilla Alves, de 18 anos, passou a ser atendida pelo Serviço de Atenção Domiciliar de Alta Complexidade da Secretaria de Saúde, também chamado de home care.
A paciente foi transferida recentemente do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), onde passou anos em tratamento para distrofia muscular, até estar estável o suficiente para não precisar mais ficar internada.
Agora, Kamilla utiliza um ventilador pulmonar em casa, enquanto recebe diariamente a visita de um enfermeiro e um fisioterapeuta para acompanhar seu progresso.
“Isso só foi possível após o governador Ibaneis Rocha autorizar a Secretaria de Saúde a ampliar, em abril, a quantidade de vagas de home care de 80 para 100, por meio de contrato com uma empresa especializada. Um aumento de 25% na oferta do serviço”, declarou o secretário de Saúde, Francisco Araujo.
Kamilla era uma das 16 pacientes na fila de espera e foi uma das primeiras beneficiadas com a ampliação do serviço. Ao ser levada até sua casa por uma ambulância, depois de anos em tratamento, foi recebida com salva de palmas pelos pacientes e servidores do HCB, lembra Kaline.
“Foi uma alegria muito grande. Como moramos longe do hospital, no Núcleo Rural de Planaltina, era uma luta imensa ter que acompanhar ela. Louvo a Deus pela forma como a Secretaria de Saúde a ajudou. Tudo que Kamilla mais queria era ficar em casa”, agradece sua irmã, emocionada.
Benefícios
Além de humanizar o tratamento, a modalidade também gera economia para a pasta. Enquanto manter um paciente desses em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) custa cerca de R$ 3 mil a diária, o valor gasto com ele em casa sai por cerca de R$ 800. Ao mesmo tempo, mais um leito fica disponível para pessoas em estado grave na UTI.
“Essa liberação é importante porque agiliza a fila de pacientes regulados. Especialmente nesse momento de pandemia, que precisamos de mais leitos. Como pacientes crônicos são de risco, é importante que eles não fiquem em hospitais, para reduzir qualquer contato com a Covid-19”, informou a diretora de Serviços de Internação, Arilene de Souza Luís.
Critérios
Nem todo paciente pode ser admitido nesta modalidade de cuidado. Ele deve estar sob internação em UTIs e/ou leitos hospitalares da Secretaria de Saúde; ser classificado como de alta complexidade, de acordo com a Tabela da Associação Brasileira de Empresas de Medicina Domiciliar; ter estabilidade respiratória e hemodinâmica, e o consentimento de um familiar.
Também precisa ser dependente de ventilação mecânica invasiva, ter traqueostomia, gastrostomia e precisar de cuidados de enfermagem por 24 horas. Assim é considerado um paciente de alta complexidade.
Além disso, é feita uma visita pré-admissional domiciliar para avaliar o contexto familiar e averiguar as condições físicas e estruturais da residência para saber se há condições de receber o paciente com segurança e se será necessário ajuste para a instalação da estrutura.
Aditivo
*Com informações da Secretaria de Saúde