21/04/2020 às 12:23, atualizado em 21/04/2020 às 13:01

Educação patrimonial, um pilar do Museu Vivo da Memória Candanga

Instituição comemora 30 anos como referencial na defesa do patrimônio histórico do Distrito Federal

Por Agência Brasília *

 

Símbolo do importante papel pedagógico da educação patrimonial, o Museu Vivo da Memória Candanga (MVMC), gerido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec), recebe a visita frequente de alunos das escolas públicas do Distrito Federal e Entorno. Por meio de atividades lúdicas, o espaço reforça seu legado para a comunidade, com ações que fortalecem a identidade, a memória e a história da capital.

Com trabalhos que valorizam o papel social dos museus e do patrimônio cultural, o Museu Vivo, ao longo de sua trajetória, já mostrou a um grande número de estudantes como se deu o surgimento de Brasília.  Além disso, as edificações históricas, que falam por si só, despertam o sentimento de pertencimento dos cidadãos brasilienses no que se refere à história dos candangos.

Além de auxiliarem no processo de interação dos estudantes que visitam o local, as atividades pedagógicas oferecidas no museu, a partir da dinâmica das aulas extraclasse, permitem que os jovens entendam melhor os desdobramentos históricos de fatos importantes ocorridos durante a construção da nova capital. A ação faz parte do projeto “Territórios Culturais”, desenvolvido pela Secec em parceria com a Secretaria de Educação (SEE).

“Através dos museus e centros históricos, são contadas as histórias de vida de muitas pessoas que, no caso de Brasília, são os candangos”, explica a gerente do museu, Eliane Falcão. “O Museu Vivo é um local que foi construído com o suor e o amor dos brasileiros.”

Educação patrimonial

Reconhecido como um espaço multidisciplinar de educação, o Museu Vivo revelou, ao longo de seus 30 anos, seu potencial interativo com as crianças, por proporcionar contato direto com expressões materiais da cultura. O espaço trabalha com programas de mediação didática, com visitas guiadas pelas exposições para grupos escolares durante o calendário letivo.

As aulas práticas incluem desde o acolhimento do grupo, com apresentação do histórico do lugar e formação do museu, até a exibição de filmes didáticos para contextualização do tema e visita às exposições permanentes e temporárias.

“Queremos realizar experiências a partir de valores e expressōes culturais locais, superando a ideia de uma única narrativa ou de que no museu só existem ‘coisas do passado’”, afirma a educadora Patrícia Marques, responsável pelas atividades escolares non MVMC.

“As experiências que desenvolvemos com os estudantes também fazem com que eles entendam que os museus podem ser espaços de memória, identidade, pertencimento e que agem diretamente nas transformações pessoais e sociais”, enfatiza a professora.

Quebra de rotina

A professora Ana Cláudia Veloso, que leciona para o quarto ano da Escola Classe da 304 Norte, destaca a importância da interação dos alunos com as atividades desenvolvidas no Museu Vivo. “As visitas ao museu são enriquecedoras, além de serem formas de quebrar a rotina de sala de aula e de revisar os conteúdos que estão sendo trabalhados de uma maneira mais prazerosa”, explica.

Ana Cláudia conta que as aulas práticas no MVMC dão ao aluno a oportunidade de elaborar hipóteses, produzir textos, ler e criar mapas, conhecer a riqueza cultural do lugar onde vive, reconhecendo-se como sujeito histórico, responsável pela continuidade dos valores culturais da comunidade a que pertence. “Entendo que as atividades interdisciplinares devem estar orientadas no sentido de envolver os alunos, dar significado à sua aprendizagem e motivar sua participação”, resume.

O ápice das aulas no museu, enfatiza a professora, é o contato com a exposição permanente Poeira, Lona e Concreto, que aproxima a criança dos pioneiros que construíram Brasília. “Elas percebem como os candangos viviam pelos cenários reproduzidos dentro do museu, observando roupas, objetos, ferramentas e fotos que demonstram como era a vida dos trabalhadores da época da construção da cidade”.

* Com informações da Secec