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23/04/2020 às 10:54, atualizado em 23/04/2020 às 10:57
Objetivo é manter os servidores com a mente saudável em meio ao estresse causado pelo enfrentamento ao coronavírus
Os heróis da saúde também se cansam, sentem medo e, por vezes, precisam de apoio para superar as dificuldades que a rotina de um atendimento em tempos de pandemia geram. Para ajudar estes profissionais a se manterem firmes, algumas unidades hospitalares têm oferecido atendimento psicológico aos servidores, tanto online quanto presencial.
O secretário de Saúde, Francisco Araújo, tem estimulado as equipes das unidades de saúde a oferecerem atendimento psicológicos aos profissionais que estão na linha de frente, “pois eles são os mais afetados pelo estresse causado no dia a dia pelo combate à Covid-19”. O secretário aproveitou para elogiar “o trabalho dos médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, enfim, a todos esses verdadeiros heróis que estão na linha de frente do atendimento à população num momento tão delicado da saúde pública”.
No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no atendimento de pacientes com coronavírus, todos os 26 psicólogos, lotados em ambulatórios de diferentes frentes, se uniram para oferecer esse apoio. “Iniciamos os atendimentos presencialmente, nos andares, mas em razão da racionalização de EPIs, tivemos de readequar e fazer por teleatendimento, um desafio que estamos conseguindo superar”, conta o referência técnica assistencial de Psicologia do Hran, Iuri Bezerra.
Agora, o atendimento inicia-se por um formulário em que o profissional de saúde preenche online. A partir daí, é feita a triagem e o encaminhamento para um dos profissionais, que faz a escuta por telefone. “Na primeira ligação, a gente explica o serviço e verifica se ele está à vontade com a questão e inicia a escuta qualificada. A proposta é ouvir o servidor, levando em consideração o contexto da pandemia”, explica Iuri.
Depois de algumas escutas, o psicólogo dá o encaminhamento necessário, que pode incluir indicação de práticas integrativas ou até de atendimento presencial com psiquiatra. “De modo geral, os servidores estão trazendo questionamentos mais transversais, o isolamento, medo da contaminação, distância dos familiares, receio de ser vetor de contaminação”, enumera o psicólogo. Ele diz que o foco é fazer com que o profissional consiga lidar com os desafios de maneira mais sustentável.
Até o momento, cerca de 15 servidores estão inscritos e já recebendo ligações. Quem mais procura são os enfermeiros e técnicos de enfermagem.
Regionais
Outras unidades também se mobilizaram para atendimento semelhante. No Hospital Regional de Ceilândia, o primeiro passo também é preencher um formulário. “A partir da avaliação da equipe, é realizado o contato com o servidor para agendar um horário de teleatendimento. Em poucos dias já tivemos 25 servidores interessados. A ideia, com essa ação, é prevenir adoecimento mental, reduzindo o número de afastamentos por problemas emocionais”, destaca a coordenadora do Serviço de Psicologia do HRC, Thatiana Gimenes.
O projeto é desenvolvido em parceria com a Medicina do Trabalho. “Consideramos fundamental manter a saúde mental dos servidores para auxiliar no processo de trabalho, garantindo atendimento ao paciente com qualidade e preservando o servidor que está sendo bastante exigido nesse momento”, complementa a psicóloga.
No Hospital Regional do Gama, o serviço de psicologia que já atende os servidores há cerca de oito anos passou por uma adaptação, dando preferência no atendimento ao profissional que está na linha de frente de enfrentamento ao Covid-19.
“O objetivo do trabalho é buscar o equilíbrio entre as necessidades do servidor e da Secretaria de Saúde. A gente recebe tanto demandas espontâneas quanto encaminhadas pelas chefias, para atendimento e orientação psicológica”, explica a psicóloga Laila Gonçalves. Em média, são 15 atendimentos semanalmente.
Em Samambaia, a escolha do hospital regional foi fazer uma parceria com psicólogos voluntários, que oferecem esse atendimento. “Percebemos que nossos colegas não ficam muito à vontade para falar conosco, psicólogas da unidade. Quando percebemos algum mais triste, até abordamos e conversamos, mas achamos melhor fazer o atendimento com profissionais de fora”, explica a psicóloga da unidade, Ingrid Queiros. Ela também conta com profissionais do Núcleo de Práticas Integrativas.
“Nosso papel não será fazer terapia em grupo ou psicoterapia, mas sim, uma escuta terapêutica, juntamente com as chefias de cada setor, conforme os dias e horários que elas acharem mais pertinentes, com os servidores que elas perceberam estar com estresse além do normal e que esteja prejudicando o desempenho das suas funções”, diz.
Os servidores da pediatria do Hospital Materno Infantil também estão recebendo este apoio. A psiquiatra Kyola Vale promove reuniões, com pequenos grupos multidisciplinares, respeitando distância e uso de máscaras e álcool em gel. “Realizamos dinâmicas que visam trabalhar a empatia e convocar para a atitude cidadã de valorizar ações que implicam os cuidados de todos”, informa.
Fazem parte desses grupos médicos, equipe de higiene, enfermagem, equipe do laboratório e vigilantes. “A ideia é provocar uma visão que inclua a atuação sinérgica que tem como objetivo cumprirmos com excelência nosso papel de profissionais da saúde”, destaca Kyola Vale.
* Com informações da Secretaria de Saúde