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23/04/2020 às 12:17, atualizado em 23/04/2020 às 12:19
Adolescentes que estão internados na unidade de Planaltina escrevem textos e trechos de músicas principalmente para as mães
“Seu abraço retoma o pedaço que falta no meu coração. A senhora é a pessoa mais preciosa que alguém poderia ter nessa vida. Eu prometo que quando eu sair daqui vou me esforçar para ser o filho que a senhora sonha desde que eu era criança.” “Como estão as coisas aí em casa? Eu espero que vocês estejam bem. Dia dos Pais espero estar em casa comemorando com vocês”. “Mãe, não precisa se preocupar, eu estou bem. Só da senhora estar com saúde, eu agradeço a Deus”. “Te amo minha rainha”.
Na Unidade de Internação de Planaltina, o amor vai e volta por meio de cartas em tempos de isolamento social. As frases acima são trechos de correspondências dos internos para suas famílias escritas graças ao incentivo da escola e da direção da unidade, já que as visitas estão suspensas nas unidades prisionais e de internação de adolescentes infratores – medida adotada como parte das ações do GDF para combater a pandemia de Covid-19.
Os professores da escola da unidade criaram o projeto Conexão Família para incentivar que os jovens mantenham contato com seus familiares. Eles arrumaram papéis coloridos, cola, caneta, adesivos, purpurina, glitter, canetinhas e propuseram que os 97 internos tentassem matar a saudade por escrito.
“Foi uma maneira que encontramos de diminuir o impacto do isolamento social para eles. As visitas estão suspensas, eles estão sem aula, praticamente sem nenhuma atividade”, diz Cinthia Matos Monteiro, supervisora da escola da unidade de internação e coordenadora do projeto. “Nós temos a internet para falarmos com nossos pais. Eles não têm acesso a esses recursos”, enfatiza.
Os destinatários da grande maioria das correspondências, escritas do próprio punho, são as mães. Os adolescentes têm entre 15 e 17 anos e nos textos usam trechos de músicas, declaram o amor que sentem por elas, agradecem o esforço que fazem ao ir visitá-los, demonstram preocupação com as famílias e as acalmam dizendo que está tudo bem.
Também pedem desculpas e prometem trilhar caminhos diferentes quando saírem dali. “Eu venho por meio desta carta agradecer por tudo que a senhora tem feito por mim, o mundo da senhora sempre girando ao meu redor”, fala um interno. “Eu fiz besteira, mas prometo pra senhora que vou ficar de boa pra sair daqui logo”, escreve outro.
“São cartas lindas, bem emocionantes. Vamos repetir esse projeto e explorá-lo em outros momentos também. O resultado foi super positivo, os meninos encontraram uma forma de externar o que estão sentindo. Tem pessoas que não conseguem falar sobre o seu sentimento, mas eles colocaram no papel. Nos surpreendemos com tanta demonstração de carinho”, conta a coordenadora do projeto.
As mães responderão o carinho. Depois de lidas e aprovadas pela direção da unidade, as cartas estão sendo entregues em mãos para as famílias que vivem em cidades diferentes, até fora do DF. Elas são avisadas previamente e as mães também escreveram respostas que são entregues quando recebem a correspondência dos filhos. Até o final da semana que vem todas serão entregues aos adolescentes.
Além das correspondências dos filhos internados, as famílias recebem uma cesta básica que foi doada por empresários e entidades de assistência social. “Muitos adolescentes estão preocupados com a situação financeira das famílias. Há muitos autônomos e empregadas domésticas que estão sem trabalho nesse momento”, afirma Cinthia Monteiro.