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03/06/2020 às 14:43, atualizado em 03/06/2020 às 17:35
Secretaria de Esporte destacou três servidores por unidade, além de 200 voluntários de educação física, para orientar o público sobre as regras de funcionamento
A manhã ensolarada desta quarta-feira (3) na capital da República ajudou a reabertura dos 18 parques urbanos do DF. Fechadas há mais de 60 dias como medida preventiva contra a proliferação da Covid-19, as unidades amanheceram com os portões abertos, mas com poucos visitantes. A ação ocorre de acordo com o levantamento feito pela Casa Civil para a abertura gradativa das atividades.
“Foi uma retomada muito tranquila”, avalia a secretária de Esporte e Lazer, Celina Leão. “A população está consciente, e muita gente está chegando de máscara. Quem chegava sem [a máscara), a gente orientava que é importante o uso, para segurança de todos. Estamos tomando todas as medidas para que seja algo com o máximo de segurança possível.”
“A população está consciente, e muita gente está chegando de máscara.. Estamos tomando todas as medidas para que seja algo com o máximo de segurança possível”Celina Leão, secretária de Esporte e Lazercentro
Segundo a secretária, o governo distribuiu equipes em todas os locais para reforçar as ações de prevenção e orientação. Em cada parque, há pelo menos três servidores apoiando as atividades, além de 200 profissionais de educação física, que ajudam na orientação e abordagem dos frequentadores.
Conscientização
“O atleta, a pessoa que gosta do esporte, está consciente e sabe da importância de que tudo dê certo, para que possamos seguir com a retomada da prática de esportes aqui no Distrito Federal”, ressalta a secretária.
O empresário Jessé Nepomuceno, proprietário de uma academia em São Sebastião, fez questão de participar da ação do governo nos parques. “Coloquei todos os meus funcionários no Paranoá, Asa Sul e Asa Norte para ajudar”, conta. “A gente entende que o governo, nesse momento, precisa de nós para esclarecer a população de que a atividade física é uma essencial para combater esse vírus”.
“Claro que nada é como antes. Precisamos tomar algumas medidas de segurança”Jessé Nepomuceno, empresárioesquerda
Nepomuceno avalia que a população tem necessidade de sair de casa para se exercitar, tanto quanto de ir “ao supermercado fazer compras”. O empresário se mostra focado, contudo, na necessidade de se adaptar à nova rotina. “Claro que nada é como antes. Precisamos tomar algumas medidas de segurança”.
População aprova
Morador da Asa Norte, Manoel Pereira de Souza, 58 anos, frequenta o Parque Olhos d’ Água diariamente. Entre uma corrida e uma caminhada, o servidor público aposentado pratica atividades físicas como forma de prevenção contra problemas cardíacos. Ele comemorou a reabertura do local, que estava interditado há dois meses e meio.
“É muito bom poder voltar a caminhar aqui”, afirma. “Nesse período em que o parque ficou fechado, fiz as caminhadas no calçadão, mas aqui tem sombra e a gente consegue manter uma distância maior entre os outros usuários. Dá mais segurança.”
Em outro ponto do Plano Piloto, Ironete Castro, 59 anos, acordou cedo para caminhar com o cachorro no Parque da Cidade Dona Sara Kubitschek. A comerciante, que costumava frequentar o local diariamente, conta que, durante o período em que o parque ficou fechado, engordou quatro quilos.
“Eu estava controlando a alimentação”, diz. “Mesmo assim, só de parar de fazer atividade física, engordei. Hoje fiz questão de acordar às 6 horas da manhã para fazer minha caminhada. Eu sempre dou a volta completa, de dez quilômetros.”
Academias
Por volta das 12h, empresários organizaram manifestações em frente ao Palácio do Buriti, pedindo a retomada das atividades nas academias. O grupo entregou uma lista de reivindicações da categoria aos secretários de Atendimento Comunitário, Severino Cajazeiras, e de Esportes.
Entre os pedidos, há o de apoio financeiro, por meio de uma linha de crédito específica, para o setor enfrentar a crise. No documento, os donos de academias destacam as dificuldades financeiras que os estabelecimentos atravessam, com o impacto de mais de 40% dos contratos suspensos.
“O auxílio do poder público nesse momento pandêmico é fundamental para que o impacto socioeconômico seja minimizado e garanta condições dignas de sobrevivência a milhares de pessoas”, afirma o ofício.
“O governador já reconheceu que o profissional de educação física é um profissional de saúde; inclusive, fez isso por decreto”, lembra a secretária Celina Leão. “É um gesto grandioso e muda o olhar para esses profissionais, que são fundamentais para a vida saudável de toda a população. O primeiro passo era abrir os parques, e o fizemos. Ainda nesta semana, vamos ampliar o debate sobre a reabertura das academias.”
* Com informações da SEL