05/06/2020 às 16:21, atualizado em 05/06/2020 às 20:15

Saneamento: Brasília conquista 2º lugar entre as capitais

Com serviços prestados pela Caesb, a capital federal possui os melhores indicadores entre 1.857 cidades avaliadas em todo o Brasil

Por Agência Brasília * I Edição: Carolina Jardon

Nesta sexta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, Brasília tem mais um motivo para comemorar. A cidade recebeu a premiação de 2º lugar entre as capitais brasileiras no que diz respeito à universalização do saneamento.

O ranking é feito pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e avalia cinco indicadores: abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto – serviços prestados pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) –, além de coleta e destinação correta de resíduos sólidos.

Na 4ª edição do prêmio, a categoria “Compromisso com a universalização” exigiu nota entre 450 e 489 pontos. A maior parte das capitais brasileiras está na categoria “Empenho para a universalização” (com nota entre 200 e 449 pontos). O Distrito Federal, tendo a Caesb como operadora de saneamento, alcançou um total de 484,36 pontos dos 500 possíveis.

Um dos objetivos do ranking é apresentar um panorama da situação do país em relação à universalização do saneamento. Em 2020, o estudo reuniu 1.857 municípios das 27 capitais brasileiras, o que representa cerca de 70% da população do país, e mais de 33% dos municípios.

Apesar de ter 33 regiões administrativas (cidades), com mais de 3 milhões de habitantes, Brasília é avaliada como uma cidade única. Desta forma, o desafio de alcançar índices de excelência é ainda maior, já que a capital concorre com municípios que têm números bem menores de habitantes. Mesmo nessas condições, Brasília passou do 12° lugar no ranking, em 2019, para o 2° lugar na edição de 2020.

Ranking

Os dados para a produção do ranking são fornecidos pelos municípios ao Sistema Nacional de Informações de Saneamento (Snis). O cálculo é feito após análise de cada um dos cinco indicadores utilizados: abastecimento de água, coleta de esgoto, tratamento de esgoto, coleta e destinação adequada de resíduos sólidos. Com a pontuação final, o ranking identifica quão próximos os municípios estão de atingirem suas metas e apura ainda os impactos da precariedade da saúde em função da ausência de saneamento.

Quero agradecer a todos os funcionários que seguem trabalhando, mesmo neste momento grave de pandemia. Eles são a nossa essência.Daniel Rossiter, presidente da Caesbdireita

Outro objetivo é mostrar como as cidades brasileiras têm formulado suas ações de planejamento em saneamento, a fim de direcionar as políticas públicas no país e se habilitarem para a obtenção de recursos da União para esses serviços a partir de 2023. Este ano, como consequência da pandemia da Covid-19, a premiação de entrega do selo ocorreu de forma virtual.

Evolução

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, elogiou o trabalho da Abes e comemorou a evolução de Brasília no ranking. “O saneamento básico é um fator que impacta na saúde e no desenvolvimento socioeconômico de uma sociedade. Investir em saneamento e priorizar políticas públicas nesta área é garantir mais qualidade de vida a todos” ressaltou o governador, lembrando que Brasília abastece a população com água de qualidade, além de oferecer coleta e tratamento de esgoto.

“Em Brasília, esses serviços essenciais são prestados com excelência. Onde há precariedade nesses sistemas, os problemas de saúde pública são graves, assim como a multiplicação das doenças de origem sanitária”, resumiu Ibaneis Rocha, parabenizando a Caesb e todos os seus empregados.

O presidente da Caesb, Daniel Rossiter, recebeu o prêmio de forma virtual durante a cerimônia online coordenada pelo presidente nacional da ABES, Roberval Tavares de Souza. Ele destacou os índices alcançados pela Empresa e atribuiu o bom resultado ao compromisso dos colaboradores da Companhia, reforçando a alta competência do corpo técnico.

“Quero agradecer a todos os funcionários que seguem trabalhando, mesmo neste momento grave de pandemia. Eles são a nossa essência. Esse resultado só foi possível pela dedicação individual e pelo espírito de equipe da Companhia. Subir 10 posições em um ranking tão importante como esse é a prova de um trabalho que não mede esforços.” 

Daniel Rossiter reafirmou o compromisso da Caesb em manter os resultados crescentes para os próximos anos. “Parabenizo todas as cidades que estão recebendo este prêmio e, quem sabe, num futuro próximo, possamos comemorar um empate. Todos em primeiro lugar, com os índices de saneamento em 100%”, concluiu.

Sérgio Gonçalves, presidente da Abes DF, parabenizou a Caesb pelo prêmio e destacou a função social da Companhia. “Esse resultado demonstra o compromisso do Distrito Federal com as políticas de saneamento. Mesmo com as dificuldades do país, a Caesb mantém todos os sistemas funcionando, com destaque para o esgotamento. Uma das maiores formas de cidadania e inserção é levar a mesma água para todas as regiões do DF de forma igualitária, como a Caesb faz. Esperamos que esses serviços de alta qualidade sejam espelho para todo o país”.

SLU

O levantamento tem como referência o ano de 2018, que foi justamente quando Brasília encerrou as atividades no antigo lixão da Estrutural e inaugurou o novo Aterro Sanitário, em Samambaia, que garantiu a destinação correta dos resíduos sólidos. De acordo com a diretoria Técnica do SLU, Fabiana Ribeiro, isso demonstra como a gestão adequada dos resíduos exerce um papel fundamental nas condições de saneamento básico.

“Hoje temos o aterro sanitário funcionando, com boas condições, dando destinação adequada às mais de 2,4 mil toneladas de resíduos que ali chegam diariamente. Além disso, temos medidas importantes, como investimentos na ampliação da coleta seletiva, equipamentos para melhorar a coleta convencional, e tudo isso faz parte da gestão adequada de resíduos”, avaliou.

O documento completo pode ser consultado no site da ABES no link: http://abes-dn.org.br/.

Pesquisa

O Ranking da Universalização do Saneamento foi apresentado pela primeira vez em outubro de 2017. Utiliza dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, e cruza estes dados com as informações disponíveis sobre as doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado. Essas doenças estão relacionadas em sistema de informação do Ministério da Saúde.

Nesta edição, o levantamento foi realizado com dados de 1.857 municípios que abrigam 70% da população do país. De acordo com o relatório, o Brasil registra atualmente 40 mil internações por falta de saneamento nos primeiros três meses do ano. Os gastos com essas internações chegam a R$ 16 milhões.

* Com informações da Caesb