21/06/2020 às 12:19, atualizado em 22/06/2020 às 08:46

Coleção Flores: a beleza nativa do Cerrado em cartaz

São quatro peças gráficas, cada uma com 30 fotos de florações encontradas nas unidades de conservação do Distrito Federal

Por Agência Brasília * | Edição: Renato Ferraz

O Brasília Ambiental acaba de lançar mais uma obra para ilustrar e eternizar a biodiversidade e a beleza da flora nativa do Cerrado: quatro peças gráficas com fotos de 120 espécies da nossa flora, protegidas pelas Unidades de Conservação e pelos parques administrados pelo Instituto Brasília Ambiental. Elas fazem parte da série de cartazes Flores do Cerrado, lançada esta semana pela Diretoria de Implantação de Unidades de Conservação e Regularização Fundiária (Dipuc), com o apoio da Rede Ciência e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). 

 “Era uma ideia que sempre queríamos fazer, considerando o enorme acervo fotográfico acumulado nos anos de trabalho”, comemora a mestre em Botânica, analista de planejamento urbano e infraestrutura, Ana Lira, responsável pela identificação botânica das espécies, e autora das fotos junto com o auditor de Atividades Urbanas, Arquiteto e Urbanista, Pedro Braga.

A série integra a coleção Eu Amo o Cerrado, da área de Educação Ambiental do órgão, e conta com quatro cartazes, cada um com fotos de 30 plantas. O trabalho tem como objetivo ilustrar a biodiversidade e a beleza da flora nativa do Cerrado. “As fotos resultam de levantamentos florísticos realizados no âmbito da criação das Unidades de Conservação e na elaboração dos Planos de Manejo”, explica Ana Lira.

A autora cita como exemplo as fotos feitas no estudo da flora do Parque Ecológico Cachoeirinha, localizado na Região Administrativa do Paranoá, no qual ocorreu o registro de, aproximadamente, 400 espécies. 

“Essa descoberta nos fez indicar, inclusive, a recategorização deste parque para Refúgio de  Vida Silvestre”, conta, destacando que este tipo de registro revela a importância do levantamento primário, realizado em trabalho de campo pelos próprios técnicos do Instituto. 

Na coleção as espécies nativas são separadas pela cor de suas flores. Os cartazes são: flores roxas e rosas, flores vermelhas e alaranjadas, flores amarelas e flores brancas. “A divisão por cor tornou os cartazes mais didáticos e atraentes. Sonhamos que este trabalho um dia evolua para um Guia de Flora das UC”, ressalta Ana Lira. Ela lembra a existência de cerca de 12 mil plantas no Cerrado e que 120 espécies são uma “pequena amostra” da riqueza da flora do Bioma.

A ideia, segundo Ana Lira, é também que os visitantes dos parques e unidades de conservação, ao encontrarem as flores nesses lugares, façam a conexão com os cartazes. 

Até porque neles constam espécies endêmicas – só encontradas no Cerrado – e outras ameaçadas de extinção como a Lobelia brasiliensis (lobelia) e Anemopaegma arvense (catuaba). Um dos cartazes traz também duas espécies de gramíneas Paspalum lanciflorum e Arthropogon villosus, que revelam a beleza das flores das gramíneas. “Quem diria que capins teriam flores tão belas?”

Função ambiental
Ana Lira enfatiza que as flores são a expressão reprodutiva de grande parte das plantas. Apesar de apreciarmos a beleza das cores das flores, não somos nós o alvo desse sinal, mas sim, os polinizadores. 

“A morfologia das flores indica afinidade com determinados animais, sinalizando a coevolução de muitas espécies. São fontes de alimentos para eles – como, por exemplo, morcegos, borboletas, aves, abelhas etc. Existe uma rede de conexões expressas no encontro da flor com os animais”, explica. 

A mestre em Botânica destaca o grande potencial ornamental das flores, ressaltando que as do Cerrado têm esta característica mais forte, porém, ainda muito negligenciada. ”Acredito que isso aconteça por falta de conhecimento de produção”, esclarece.

Ela ressalta que existe hoje o início de um movimento de restauração ecológica com flores do Cerrado no DF e cita como exemplo o Parque Ecológico da Asa Sul. Os cartazes podem ser acessados no site do Instituto http://www.ibram.df.gov.br/.

* Com informações do Instituto Brasília Ambiental