26/07/2020 às 07:45, atualizado em 26/07/2020 às 10:04

Avança pesquisa de plasma para pacientes com Covid-19

Trabalho é fruto de parceria entre Secretaria de Saúde, Hemocentro e UnB; ganhos para comunidade científica serão permanentes, afirmam especialistas

Por Flávio Botelho, da Agência Brasília * | Edição: Fábio Góis

Fator plasma: eesforço coletivo dos pesquisadores vai resultar em ganhos permanentes para a comunidade científica | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

 

“Se conseguimos mostrar a eficácia do plasma, a partir do momento em que tenham dados comprovados, seja aqui em Brasília ou em outro lugar do mundo, e definindo-se em qual momento da doença isso ocorre, podemos interromper a pesquisa e disponibilizar o tratamento para todos os pacientes”, explica o diretor-executivo do Hemocentro, Alexandre Nonino.

A participação de servidores da Secretaria de Saúde é fundamental na busca por respostas concretas sobre o tratamento. Para a coordenadora do Núcleo de Pesquisas Multicêntricas do Hran, Joana D’Arc Gonçalves da Silva, a saúde pública do DF tem muito a ganhar com a parceria.

“É extremamente relevante, como instituição pública, participar de pesquisas científicas com um desenho adequado. Vai ser bom para os pacientes, que vão estar contribuindo com a ciência, se beneficiando com o tratamento e, com isso, temos uma boa chance de diminuir a mortalidade da doença”, ressalta.

Vitória em meio à crise

Apesar da corrida científica por tratamentos eficazes para a Covid-19 ter surgido de uma necessidade de crise pandêmica, o esforço coletivo dos pesquisadores vai resultar em ganhos permanentes para a comunidade científica.

“A resposta dos cientistas à pandemia está fazendo acontecer em meses coisas que normalmente levariam anos ou décadas para acontecer”, explica o professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da UnB, André Nicola, responsável pela pesquisa.

De acordo com o acadêmico, a comunidade científica e as instituições locais também vão se beneficiar com o momento atual.

“A capacidade do DF de responder a desafios de saúde pública no futuro vai ficar muito melhor depois da pandemia do que estava antes. Não só as pessoas, mas as instituições também se viram forçadas a trabalhar com projetos de pesquisa complexos, e isso está gerando um grande aprendizado que vai ser muito importante para o sistema do DF”, finaliza.

* Com informações do Hemocentro