19/09/2020 às 10:38, atualizado em 22/09/2020 às 15:15

Zoonoses vacinou mais de 180 mil cães e gatos em 20 meses

Trabalho ajudou a colocar o DF como referência nacional em cobertura vacinal contra raiva

Por Gizella Rodrigues, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

“Não só antirrábica, mas toda vacina é importante. Não vou deixar nenhuma vencer”, diz a dona de Amora e Caju, ambos adotados. Foto: arquivo pessoal

Além disso, todos os animais recolhidos pela Zoonoses e disponibilizados para a adoção são testados para leishmaniose e vacinados contra a raiva.

A servidora pública Bianca Correa Borges Scafuto, 31 anos, moradora da Asa Sul adotou dois cachorros no começo do ano. Na época, eles eram filhotes de 5 meses, Hoje, Amora e Caju são dois jovens cãozinhos de porte médio com um ano de idade.

Os dois saíram vacinados da Zoonoses, mas mesmo assim, já tiveram o cartão de vacinação reforçado. “Assim que eles saíram a Zoonoses reforcei a vacina. Mesmo a raiva estando praticamente erradicada, prefiro não arriscar”, diz. “Não só antirrábica, mas toda vacina é importante. Não vou deixar nenhuma vencer”.

A vacina antirrábica deve, obrigatoriamente, ser aplicada anualmente. O animal vacinado pela primeira vez, seja filhote ou adulto, necessita de um reforço que deve ser dado após 30 dias.

Vírus mortal

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem com índice de letalidade de praticamente 100%. Em cães e gatos, a morte ocorre, em média, entre cinco e sete dias após a apresentação dos sintomas.

A doença é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio de mordidas, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura.

Existe um protocolo para tratamento da raiva em humanos que conseguiu salvar sete casos até hoje em todo o mundo nos últimos 15 anos. “Costumo dizer que a campanha de vacinação antirrábica de cães e gatos é voltada para vacinar o animal, mas com o objetivo de prevenção à saúde humana”, diz Rodrigo Menna.

No DF não há casos de raiva em cães e raiva desde 2000, mas ainda há a contaminação de morcegos pelo vírus. “Todo ano a gente encontra um ou dois morcegos que deram positivo para o vírus da raiva”, conta o gerente da Zoonoses.

Quando as equipes encontram um morcego infectado, ele vão de casa em casa para fazer um bloqueio naquela região, evitando que o vírus se espalhe. Há apenas um caso de raiva humana, registrado no DF em 1978 em um garoto que foi mordido por um cachorro.

Saiba mais

A PNS estimou que 41,1% dos domicílios brasilienses tinha pelo menos um cachorro. Quanto à existência de pelo menos um gato no domicílio, o Distrito Federal tinha o menor percentual do país (10,3%).

A pesquisa feita pelo IBGE visou coletar informações sobre o desempenho do sistema nacional de saúde no Brasil inteiro, especialmente no que se refere ao acesso e uso dos serviços disponíveis e à continuidade dos cuidados, bem como sobre as condições de saúde da população, a vigilância de doenças crônicas não transmissíveis e os fatores de risco a elas associados.