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29/11/2020 às 09:20, atualizado em 30/11/2020 às 14:49
Viaturas transitam pelas ruas das 33 regiões administrativas com mensagens em autofalantes para envolver a população na luta contra o mosquito Aedes
Ação completa
Durante inspeção em uma residência no Cruzeiro, agentes do CBMDF verificaram ralos, as plantas do jardim e bebedouro para os animais. Ao visualizar um recipiente com água da chuva, a equipe encontrou larvas do mosquito. O morador, André Santos, 30 anos, professor, ficou surpreso. “Temos o hábito de armazenar água da chuva para regar o jardim, lavar a área”, contou. “Não vimos as larvas, e tinha poucos dias que a água estava guardada”, afirmou surpreso.
“A recomendação para André, que serve para todos, é vedar bem o recipiente onde será armazenada a água, de preferência acrescentando uma colher de chá de hipoclorito de sódio para cada litro”, explicou o tenente-coronel Deusdete. “Também é necessário lavar bem com água e sabão a embalagem, pois o ovo do inseto sobrevive até um ano em contato com o líquido”, completou.
Segundo ele, o Aedes Aegypti leva em média dez dias para se desenvolver e vive durante 30 dias. Uma única fêmea produz de 60 a 120 ovos em cada ciclo reprodutivo e pode ter mais de três ciclos durante sua vida. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser feita pelo menos uma vez por semana – assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.
Casos prováveis
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde – semanas 1 a 45 de 2020 – foram notificados 46.145 casos prováveis de dengue. Foi observado, em 2020, um aumento de 22,7% no número de casos prováveis, na comparação ao mesmo período de 2019, quando se registraram 37.613 desses episódios.
Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero Martins, o aumento de casos nesta época é esperado em razão das chuvas. Ele aponta outros fatores que contribuem isso: o clima tropical e a capacidade de adaptação do inseto ao ambiente de reprodução.
Os mosquitos podem estar desde em tampas de refrigerantes a grandes recipientes que armazenam água. A doença, explica Divino, não é relacionada às questões socioeconômicas da população, sendo alta sua incidência tanto em regiões de alto padrão quanto nas mais vulneráveis.
“Por isso é importante que cada cidadão tire dez minutos para inspecionar sua casa, o ambiente de trabalho e os lugares que frequenta para observar se há focos ou possíveis lugares de reprodução; só acabando com esses criadouros poderemos vencer essa guerra”, alerta o subsecretário.
Engajamento da sociedade
Divino Valero lembra que a participação da comunidade no processo de erradicação do mosquito da dengue é fundamental. Segundo ele, 95% dos focos do inseto se encontram em domicílio. “O perigo está no quintal e dentro das casas”, ressalta. “Qualquer campanha que não tenha a participação da população é em vão”.
Este ano, informa o gestor, foi firmada uma parceria com a Secretaria de Educação (SEE) para iniciar uma campanha com os alunos das escolas públicas. “A ideia é otimizar nossa rede de alcance, transformar os 500 mil alunos em agente comunitários de saúde, uma vez que estão em casa com o ensino remoto e podem atuar melhor”, avalia. Já em lugares fechados ou de difícil acesso, cabe ao CBMDF fiscalizar a área com equipamentos de visualização.
Os programas GDF Presente e DF sem Carcaça somam força nessa missão. O GDF Presente empreende vários serviços de manutenção e zeladoria pelas regiões administrativas, principalmente de limpeza e retirada de entulhos que são descartados de forma irregular. O DF sem Carcaça, por sua vez, retira das ruas veículos abandonados que, entre os riscos oferecidos, podem servir de criadouros para os mosquitos.