11/12/2020 às 18:04, atualizado em 11/12/2020 às 20:06

Divas do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Atrizes consagradas recordam as ocasiões em que foram homenageadas com o troféu Candango

Por Agência Brasília * | Edição: Chico Neto

Fernanda Montenegro em A Falecida, de 1966: primeira premiada | Foto: Divulgação

A primeira estrela a receber o prêmio de Melhor Atriz no FBCB foi Fernanda Montenegro, com o filme A Falecida, do cineasta Leon Hirszman. Baseado em texto de Nelson Rodrigues, o longa, uma pérola do Cinema Novo, foi exibido quando o evento ainda se chamava Semana do Cinema Brasileiro e o prêmio era uma placa e não a estatueta em si, que apareceria mais tarde.

“Tenho uma história minha por aí de que é impossível esquecer”, comentaria Fernanda Montenegro, anos depois, em uma entrevista ao jornal Correio Braziliense. “É um festival que cuida do cinema brasileiro. Respeita e é resultado da produção em cinema nacional.”

Joana Fomm, a eterna vilã Perpétua da novela Tieta (1989), é outra diva consagrada na telona pelo Candango. Ela é a campeã em participações no Festival de Brasília, no qual concorreu oito vezes ao prêmio de Melhor Atriz – reconhecimento que chegou em 1990, com o drama Césio 137, de Roberto Pires.

Irreverência

Em 1982, a musa Vera Fischer ganharia nessa categoria com o polêmico Amor, Estranho Amor, de Walter Hugo Khouri. Um dos detalhes que tornou o filme famoso foi o fato de ter no elenco Xuxa, cuja personagem aparecia nua. A ex-apresentadora chegou a anunciar sua presença na premiação, mas não veio.

Na 20ª edição da mostra, em 1987, Louise Cardoso, homenageando Leila Diniz, levaria o prêmio no papel da diva rebelde que, por sua vez, perderia a “placa” de Melhor Atriz, em 1966, para a exuberante Helena Ignez, em O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade. À época, Leila Diniz, uma sensação no festival e na capital, por onde passava, concorria com Todas as Mulheres do Mundo, de Domingos Oliveira, vencedor daquela segunda Semana do Cinema Brasileiro.

Dira Paes (com Chico Diaz) em Corisco & Dadá: prêmio em 1996 | Foto: Divulgação

“O Festival de Brasília é um marco na minha carreira”, comenta Dira. “Foi o lugar onde mais tive trocas com os outros profissionais do cinema. Foi o lugar perfeito para entender os debates políticos, a cultura do audiovisual e sobre estilos, devido à grande diversidade que o evento sempre teve”.

Para ela, o Candango trouxe muita alegria, especialmente no seu primeiro ano de participação na mostra competitiva. “Foi um dos momentos mais felizes da minha carreira, era um ano com muitos filmes interessantes, estávamos voltando da retomada do cinema brasileiro e jamais esperei vencer na primeira participação, isso é muito marcante”, conclui.

* Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec)