15/12/2020 às 15:05, atualizado em 15/12/2020 às 20:49

Cartas de amor abrem mostra de longas

Projeto de 10 anos, filme integra o 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e demonstra que não há limites para temáticas e narrativas na telona

Por Agência Brasília * | Edição: Fábio Góis

Natara Ney: “Percebi que as cartas eram uma cápsula do tempo” | Foto: Secec-DF

As cidades às quais ela se refere são Campo Grande, capital sul mato-grossense, e o Rio de Janeiro, então Distrito Federal do país. Durante os anos de 1952 e 1953, os pombinhos trocaram intensas, apaixonadas e afetivas cartas de amor. À época, ele era um funcionário da extinta empresa aérea Panair do Brasil, então de passagem por Campo Grande. Ela, moradora pertencente a uma tradicional família da região.

A partir desse desenlace fecundo, o espectador é convidado a passear por emocionante narrativa marcada por memórias, saudades e passagem do tempo, assim como a participar de intrigante abordagem sobre a rapidez e a superficialidade dos dias atuais. Impressões captadas desde o momento em que a diretora se dispôs a devolver as missivas para seus verdadeiros donos, ou pelo menos seus familiares, registrando o caminho e as vozes dessa aventura. O desfecho é apaixonante.

“Percebi que as cartas eram uma cápsula do tempo. E que cada pessoa que tocava naquele material, abria uma gaveta de memória, afeto e amor. Vivemos tempos de ansiedade, de velocidade, em que você tem que ser mais rápido para ser melhor. O filme é uma reflexão sobre o tempo em que vivemos e a importância de preservar a memória, os arquivos”, observa.

* Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa