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22/02/2021 às 12:24, atualizado em 22/02/2021 às 15:49
Campanha da Secretaria de Saúde destaca a conscientização sobre a fibromialgia e as formas de tratá-la
A campanha Fevereiro Roxo é voltada à conscientização e prevenção da fibromialgia, quadro doloroso crônico caracterizado por amplificação da percepção da dor, desregulação da resposta ao estresse e associação a síndromes funcionais. A queixa central é dor musculoesquelética generalizada crônica, associada a sintomas como fadiga, distúrbio do sono, distúrbios cognitivos (memória e concentração) e alterações de humor (depressão e ansiedade).
“A fibromialgia associa-se a outras condições em que as sensações dolorosas do corpo são amplificadas”Rodrigo Aires, RTD em reumatologiadireita
“Com frequência, a fibromialgia associa-se a outras condições em que as sensações dolorosas do corpo são amplificadas, como a síndrome do intestino irritável e cefaleia”, o médico Rodrigo Aires, Referência Técnica Distrital (RTD) em reumatologia. “O diagnóstico da fibromialgia é clínico, baseado nesses sintomas da doença, sem a necessidade de qualquer exame subsidiário; eles podem ser solicitados apenas para diagnóstico diferencial.”
De acordo com o especialista, a estratégia para o tratamento ideal da fibromialgia requer uma abordagem multidisciplinar com a combinação de modalidades de tratamentos farmacológico e não farmacológico. Tudo deve ser elaborado em acordo com o paciente, conforme a intensidade da sua dor, funcionalidade e suas características, sendo importante também levar em consideração questões biopsicossociais e culturais.
Tratamento
“Programas individualizados de exercícios aeróbicos podem ser benéficos para alguns pacientes, que devem ser orientados a realizar exercícios aeróbicos moderadamente intensos de acordo com a idade, de duas a três vezes por semana, atingindo o ponto de resistência leve, não o ponto de dor, evitando, dessa forma, a dor induzida pelo exercício”, complementa o médico.
Analgésicos, antidepressivos, miorrelaxantes e anticonvulsivantes são medicamentos utilizados para o tratamento de dor crônica em que há um processo de amplificação dos sintomas pelo sistema nervoso central.
Segundo o Plano Distrital da Reumatologia, em acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, é recomendado que os pacientes com doenças crônicas de alta prevalência – como fibromialgia, osteoartrite e osteoporose – sejam acompanhados, em consultas regulares, por médicos capacitados no nível da assistência primária. As consultas com a reumatologia podem ser feitas em casos ou situações especiais, bem como perante dúvidas diagnósticas e terapêuticas.
Redução dos sintomas
“Na Secretaria de Saúde, realizamos periodicamente a capacitação dos médicos da Atenção Primária”, acrescenta Rodrigo Aires. “O tratamento da fibromialgia é direcionado à redução dos principais sintomas desse distúrbio, incluindo dor crônica generalizada, fadiga, insônia e sono não restaurador e disfunção cognitiva.”
O tratamento deve ser individualizado, envolvendo medidas não farmacológicas e, na maioria dos pacientes, terapia medicamentosa. Alguns, particularmente aqueles que se apresentam inicialmente a médicos de cuidados primários, bem como os que não apresentam um transtorno do humor coexistente ou um distúrbio do sono significativos, podem responder adequadamente apenas às medidas não farmacológicas.
“Na maioria dos pacientes da Atenção Secundária e Terciária, usamos medicamentos para o tratamento dos sintomas associados à fibromialgia, juntamente com medidas não farmacológicas”, detalha o médico. “No entanto, alguns pacientes respondem adequadamente apenas a medidas não farmacológicas, sobretudo os pacientes acompanhados na atenção primária.”
Fatores diversos
Na média, cerca de 50% da melhora dos pacientes com fibromialgia se deve ao tratamento não farmacológico, como na identificação e correção de fatores biopsicossociais, doenças psiquiátricas, episódios relacionados à higiene do sono e à realização de atividades físicas regulares que possam estar interferindo nos sintomas da doença.
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O reumatologista explica que, embora a fibromialgia não seja um distúrbio com risco de vida, muitas pessoas temem que seus sintomas representem os estágios iniciais de uma condição mais grave, como o lúpus eritematoso sistêmico.
Estudos de longo prazo não indicam que pessoas com fibromialgia tenham um risco aumentado de desenvolver outras doenças reumáticas ou condições neurológicas. Muitos continuam a sentir dor e fadiga crônica ao longo da vida, mas a maioria é capaz de trabalhar e realizar atividades normais.
* Com informações da SES