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24/04/2021 às 13:00, atualizado em 24/04/2021 às 11:49
Estudantes de 7 a 18 anos podem participar por meio de apresentações gravadas em vídeo
“A-E-I-O-U vem criança vem jogar… Capoeira é harmonia, é amor no coração. Capoeira tem criança, o futuro da nação”, músicas assim marcam a presença da capoeira desde os primeiros passos na educação integral.
Patrimônio cultural imaterial da humanidade, a prática da capoeira envolve determinação, força, leveza e, além de estimular a arte, estimula o conhecimento histórico, musical e corporal. Dessa forma, a Diretoria de Educação Física e Desporto Escolar (Defide) teve a ideia de fazer O Desafio Escolar de Capoeira.
“Os capoeiristas têm se exercitado em suas casas desde o início da quarentena. Com essa ação, conseguimos promover um momento de atividade física e ludicidade para os nossos estudantes, além de ritmo, coordenação, musicalidade e cultura”Marcelo Ottoline, diretor de Educação Física e Desporto Escolardireita
Para participar, estudantes de 7 a 18 anos, de escolas públicas ou particulares, devem publicar um vídeo de 30 segundos a 1 minuto com uma apresentação individual de capoeira na página oficial do facebook da Defide.
O diretor de Educação Física e Desporto Escolar, Marcelo Ottoline, conta que a expectativa para o desafio é grande. “A capoeira tem um olhar especial da nossa educação física. Temos grandes mestres no Distrito Federal, com belíssimos trabalhos culturais, de musicalidade, ritmo e movimento com nossos estudantes. A expectativa é de grande participação, até porque nossos desafios têm repercutido em outros estados, o que é um bom sinal”, conta.
As gingas e os golpes devem ser guiados por meio de músicas de capoeira e os estudantes devem identificar o nome, a cidade, a escola e o ano que está cursando no início do vídeo de forma escrita ou falada. O período de publicação do vídeo é de 28 de abril a 5 de maio.
“Os capoeiristas têm se exercitado em suas casas desde o início da quarentena. Há a possibilidade de realização do solo, que é um jogo com um oponente imaginário, assim como, por exemplo, o Kata no Karatê. Com essa ação, conseguimos promover um momento de atividade física e ludicidade para os nossos estudantes, além de ritmo, coordenação, musicalidade e cultura”, acrescenta Marcelo Ottoline.
Premiação
O vencedor, divulgado no dia 11 de maio nas mídias sociais da Defide, será aquele que tiver mais curtidas na página até o dia 7 de maio.
O prêmio será um berimbau decorativo, além da participação no ‘Defide Convida’ – por meio do canal do YouTube da Diretoria – programa de entrevista com pessoas de notoriedade no mundo do esporte escolar. Os demais participantes vão participar do sorteio de outros dois berimbaus decorativos.
Diversidade e inclusão
O esporte como um meio de diversidade e inclusão é um dos objetivos da Defide. Nesse contexto, o professor e mestre de capoeira da Escola Parque da 210 e 211 Norte, Tiago Baldez, fala sobre a importância da capoeira para o estímulo a um ambiente diverso.
“A capoeira tem importância fundamental na diversidade por si só, pela sua criação no Brasil em ambiente diferenciado e desconhecido. Na língua tupi-guarani, a capoeira significa a mata extinta, roçada, queimada. É onde havia o encontro dos negros escravizados que saiam das senzalas em busca de uma terra produtiva. Nesses espaços os capoeiras treinavam as movimentações de luta e combate contra a opressão. Desde sempre a capoeira é um momento e movimento de inclusão e diversidade”, argumenta o professor.
Com trabalho voltado para a inclusão, Tiago desenvolveu uma metodologia para capoeiristas cegos treinarem a prática. Ele conta que por meio de códigos verbais, auxiliados aos movimentos corporais, a prática se desenvolve dentro da percepção de tempo e espaço. O professor também esteve à frente de jogos de futebol de 5 para deficientes visuais, ao lado de Marcello Ottoline, e defende os jogos de caráter inclusivo.
“Nessa busca do ser humano integral que desenvolve afetivamente e cognitivamente a parte motora e social, a capoeira consegue alavancar as possibilidades educativas, tanto para nós professores, quanto para os estudantes”, acrescenta Baldez.
* Com informações da Secretaria de Educação