15/06/2021 às 20:21, atualizado em 16/06/2021 às 16:05

Saúde pública oferece prótese de laringe

Pela primeira vez, Secretaria de Saúde começa a disponibilizar os aparelhos gratuitamente; sete pacientes são atendidos nesta semana

Por Agência Brasília* | Edição: Mônica Pedroso

Devolver aos pacientes a possibilidade de falar e, consequentemente, a qualidade de vida. Essa é a funcionalidade da chamada laringe eletrônica, aparelho que auxilia na reabilitação vocal de quem passa por uma cirurgia para retirada da laringe, por exemplo, em decorrência de um câncer ou algum outro fator que leve à perda da fala.

Nesta terça-feira (15), o Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Órteses e Próteses e Materiais Especiais (Naopme), da Secretaria de Saúde, realizou as primeiras entregas, contemplando três pacientes. Ainda nesta semana, serão entregues mais quatro aparelhos. Esse equipamento, até então, não fazia parte das próteses fornecidas por meio do Programa de Órteses e Próteses da SES/DF.

O aposentado Raimondo Bandeira, 78 anos, também vai usar o equipamento que emite ondas sonoras e devolve a capacidade de comunicação por meio de fala. A laringe eletrônica usa pilhas e tem um cordão para facilitar o manuseio

Ao ver o aparelho e fazer os primeiros testes, ficou emocionado. “Uma maravilha”, disse e brincou que agora vai poder gritar novamente nos jogos do seu time, Botafogo. Agora, Claudionor vai passar pelas sessões de reabilitação, nas quais aprende as técnicas para melhor uso e aproveitamento do recurso.

Segundo a fonoaudióloga Maria Cláudia, normalmente são necessárias de três a quatro sessões no processo de reabilitação para o aprendizado da utilização da laringe eletrônica. Após esse período, o paciente recebe alta. As sessões para os pacientes acompanhados pela Secretaria de Saúde são realizadas no serviço de referência em cabeça e pescoço que funciona no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).

“Proporcionar ao usuário que ele possa novamente se comunicar oralmente vai trazer impacto profundo na sua qualidade de vida e permitir sua reinserção no ambiente social, laboral e de lazer”Yara Régia Santos, fonoaudióloga da SESesquerda

“A perda da possibilidade da fala impacta muito a qualidade de vida do ser humano. Nós somos seres comunicativos. Quando perdemos isso, perde-se qualidade de vida e afeta a própria identidade da pessoa. Proporcionar ao usuário que ele possa novamente se comunicar oralmente vai trazer impacto profundo na sua qualidade de vida e permitir sua reinserção no ambiente social, laboral e de lazer”, destaca Yara Régia Silva Santos, RTD de fonoaudiologia da SES/DF.

Cadastro

Os pacientes submetidos à laringectomia passam por avaliação no serviço de cabeça e pescoço e, caso seja indicado o uso da laringe eletrônica, são encaminhados para realizar o cadastro no Naopme. Com o cadastro, entram na fila de espera pelo equipamento.

O cadastro é feito de forma presencial no Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Órteses e Próteses e Materiais Especiais, localizado na Estação do Metrô da 114 Sul, Praça do Cidadão. O telefone é o(61) 3346-4525.

Aparelho

A laringe eletrônica consiste em uma espécie de bastão que ao ser colocado na região do pescoço, faz a emissão de ondas sonoras, produzindo uma voz robotizada. Não substitui a fala humana, mas devolve ao paciente a capacidade de se comunicar por meio da fala.

O aparelho vem acompanhado de pilhas recarregáveis, carregador e cordão para que a pessoa possa levar sempre consigo o equipamento. Além disso, permite o ajuste de intensidade e frequência.

*Com informações da Secretaria de Saúde