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12/07/2021 às 11:29, atualizado em 12/07/2021 às 12:05
Com inauguração de uma placa comemorativa, Dia Mundial do Rock sela abertura de mais um nicho de turismo para a capital federal
“Foram a curiosidade intelectual, a lucidez e urgência desses jovens de Brasília que colocaram a capital no mapa cultural brasileiro” Philippe Seabra, curador do projeto Rota Brasília Capital do Rockdireita
“Olá, nós somos de Brasília!” Era assim, nos anos 1980, que Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e outros grupos se anunciavam ao subir aos palcos para consagrar nossa cidade como capital do rock. No Dia Mundial do Rock – 13 de julho –, a Secretaria de Turismo (Setur) vai instalar a primeira placa comemorativa à vocação roqueira da capital federal, inaugurando a Rota Turística do Rock. A cerimônia será às 10h desta terça (13), na Torre de TV, no Eixo Monumental.
“Vejam que orgulho esses artistas tinham de dizer que eram daqui”, comemora a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça. “No Dia Mundial do Rock, estamos resgatando essa história, definitivamente, porque ressignificamos a importância de um movimento cultural único no Brasil e que agora se torna também um roteiro turístico único. Isso é nosso. Só Brasília alcança esse privilégio.”
O projeto Rota Brasília Capital do Rock, produzido por Tata Cavalcante, mapeou vários pontos da capital federal que contam a história do rock brasiliense. Responsável pelo mapeamento, o guitarrista e vocalista da Plebe Rude, Philippe Seabra, comenta: “Foram a curiosidade intelectual, a lucidez e urgência desses jovens de Brasília que colocaram a capital no mapa cultural brasileiro, mudando para sempre a música popular brasileira. O rock de Brasília é um alicerce da contestação e liberdade de expressão no Brasil, e isso tem que ser celebrado”.
Participante ativo desse movimento na década de 1980, Digão, vocalista e guitarrista dos Raimundos, reforça: “Brasília merece demais uma iniciativa como essa. Quando tocávamos fora da cidade e até do país, sentíamos um imenso respeito do público e o reconhecimento da nossa cidade como capital do rock”. Ele lembra que tudo começou com a “Turma da Colina”, um grupo de jovens amigos inspirados pelas bandas britânicas e referências do punk internacional, que se reunia no conjunto de prédios usados por professores e estudantes da Universidade de Brasília (UnB).
Estímulo
“Esses jovens tinham uma visão diferenciada, e hoje estamos consagrando isso, mais um novo olhar sobre Brasília”, destaca a secretária de Turismo “Esta é a primeira placa, mas, como se trata de um roteiro dinâmico, quando surgirem novas sugestões de pontos eles serão incluídos na rota. Não podemos deixar de lembrar que as 26 bandas da cidade que chegaram às grandes gravadoras nos anos 80 e 90, juntas, venderam mais de 30 milhões de discos em todo o país.”
“A nossa intenção é que os jovens possam aprender com nossos músicos e que sejamos inspiração e ação de transformação de vidas pela música” Vanessa Mendonça, secretária de Turismoesquerda
Segundo Vanessa Mendonça, a criação da rota turística voltada ao rock só está sendo possível pela importância dada ao projeto pelo governador Ibaneis Rocha e pela parceria com a Secretaria de Economia (Seec) e com a faculdade União Pioneira de Integração Social (Upis). A partir de agora, lembra ela, moradores e turistas contarão com uma experiência única pelo olhar do estilo musical que consagrou a história da cidade e foi tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do DF pela Lei Distrital nº 5.615.
A rota Brasília Capital do Rock passa a integrar diversas outras rotas criadas pela Setur para ajudar moradores e visitantes a conhecerem melhor os atrativos da capital federal e segue um padrão internacional de sinalização, com informações em português, inglês e espanhol para atender também o turista estrangeiro. A história do rock local passa a integrar as rotas Fora dos Eixos, do Cerrado, da Paz, Cultural, Náutica, Cívica e Arquitetônica, todas já mapeadas disponíveis no site da Setur.
Nessas estações, será possível conhecer o rock por meio de um resumo da história, acessando um QR Code por meio do qual o conteúdo será ampliado no Google Earth. As placas, com iconografia padrão e identificação assinalada por uma nota musical, contam a história resumida remetida àquele local.
Outras novas placas, informa a secretária de Turismo, serão instaladas em novos locais, como Colina da UnB, Ermida Dom Bosco e Espaço Cultural Renato Russo, entre outros. A Rota do Rock vai consolidar a memória desse patrimônio da cidade, mapeando os locais mais importantes e emblemáticos. Nesses espaços haverá apresentações musicais no estilo do Porão do Rock, Picnik e o próprio Rock na Ciclovia.
“Esse aqui é o primeiro acorde”, pontua a secretária. “A nossa intenção é que os jovens possam aprender com nossos músicos e que sejamos inspiração e ação de transformação de vidas pela música. Assim, estaremos fomentando também a maior visibilidade do cenário independente local e a economia criativa, por meio do turismo interno.”
Confira, abaixo, alguns pontos mapeados com placas comemorativas ao rock brasiliense.
*Com informações da Secretaria de Turismo