13/07/2021 às 18:41, atualizado em 13/07/2021 às 18:51

Eleições para o Conselho de Cultura movimentam cidades

Oito regiões administrativas se organizam para eleger representantes na área cultural; inscrições vão até sexta (16)

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

Na reta final para as inscrições das eleições dos conselhos regionais de cultura (CRCs),  o Conselho de Cultura do Distrito Federal (CCDF) mobiliza gerentes a das oito regiões administrativas (RAs) envolvidas no certame: Arniqueira, Núcleo Bandeirante, Octogonal/Sudoeste, Park Way, SIA, Lago Sul, Lago Norte e Fercal.

Abertas em 21 de junho, as inscrições seguem até sexta-feira (16), com eleições marcadas para o período de 24 a 31 de agosto. A escolha dos conselheiros é importante para as regiões, pois preserva as tradições locais, movimenta a economia criativa e dá destaque a artistas das diversas RAs.

“Estamos trabalhando para despertar esses trabalhadores, artistas e produtores” Beth Fernandes, presidente do Conselho de Cultura do DFdireita

O CCDF estudou as especificidades de cada região a fim de adequar demandas para construir um conselho cultural que beneficie as populações locais. Nesse momento, a principal estratégia das RAs é a intensificação da divulgação por meio das redes sociais.

Em comum, os gerentes de cultura de Arniqueira, Octogonal, Park Way, SIA e Sudoeste adiantam que há mobilização dos artistas em busca de inscrições. Todos trabalham no processo de divulgação, reforçando a importância para a construção do CRC, além de apoiar os artistas para o desenvolvimento das candidaturas.

“Para ser candidato a conselheiro regional de cultura, é preciso apenas exercer as atividades artísticas na localidade onde ocorrerá a eleição”, orienta a presidente do CCDF, Beth Fernandes. “Estamos trabalhando para despertar esses trabalhadores, artistas e produtores. Por isso, o conselho solicitou o apoio das administrações regionais e dos gerentes de cultura no processo.”

Eleições no alto-falante

Gerente cultural do SIA, Luiz Carlos Barros lembra que a cidade é atípica porque abriga comércio e indústria e, devido a isso, funciona em horários e dias comerciais. Esse limite de tempo administrativo, segundo ele, dificulta o relacionamento com as pessoas. “Tenho conversado com a população sobre as eleições”, conta. “Precisamos driblar essa dificuldade e seguir embora rumo ao CRC”.

O SIA, que nasceu com o projeto inicial de Brasília, tem a Feira dos Importados como um grande atrativo. “O SIA tem uma presença muito forte de produtoras, casas de shows e apresentações de rua”, resume Beth Fernandes.

Uma das estratégias da parceria entre CCDF e SIA é a divulgação de spots na programação diária na Rádio Feira para falar sobre o conselho. A administração local e a emissora também reforçam o recado em suas redes sociais. No Lago Sul, o CCDF conseguiu colocar um áudio no Centro Comercial Gilberto Salomão.

Cultura fortalecida

A gerente de cultura de Arniqueira, Aliny Acácio, diz que tem sido desafiante mapear artistas da cidade, assim como os projetos culturais desenvolvidos. Mesmo assim, ela consegue promover a divulgação por meio das redes sociais e acredita na formação do CRC.

“A criação do conselho vai ajudar a administração a desenvolver projetos para a comunidade”, destaca. “Isso fortalece a cultura e os artistas locais. Eu, como gerente, faço o necessário para que Arniqueira eleja o seu conselho.”

A situação se repete no Sudoeste/Octogonal. Henrique Behr, gerente de cultura da RA, conta que a principal estratégia para o sucesso das candidaturas e eleições do CRC está na divulgação em grupos de WhatsApp da região. Behr também distribui panfletos e conversa presencialmente com membros da comunidade.

“Por ser uma região relativamente nova, a cidade ainda está em formação em termos de ter a sua própria cultura. Mesmo assim, percebo o crescimento artístico, que tem ocorrido por meio das novas interações sociais”, relata. Em sua avaliação, o maior impedimento para a expansão cultural, hoje, são os transtornos causados em função da pandemia de covid-19.

Arniqueira foi implementada como região administrativa oficialmente em 2019, com publicação no Diário Oficial da União. O Sudoeste/Octogonal, por desmembramento da área do Cruzeiro, foi criado em 2003. Essa RA está inserida na área tombada pelo Patrimônio Histórico da Humanidade.

Pioneiros em ação

O Núcleo Bandeirante, conhecido anteriormente como Cidade Livre, foi a primeira ocupação dos candangos – famílias e trabalhadores que vieram para construir Brasília. Essa região abriga o Museu Vivo da Memória Candanga – extinto Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira, a primeira unidade hospitalar do DF.

A cidade abriga concorridos pontos turísticos de Brasília, como a Casa do Pioneiro, a Estação Ferroviária Bernardo Sayão e a Paróquia Dom Bosco, além do museu. “O Bandeirante possui a simplicidade de uma cidade do interior, mas a participação do público é muito boa e eu acredito que os artistas podem se beneficiar com essas eleições”, avalia o gerente de cultura do Núcleo Bandeirante, José Dionísio Filho.

Até 2003, o Park Way era parte integrante do Núcleo Bandeirante. Atualmente, a área abriga o Setor de Mansões Park Way, uma das áreas mais valorizadas do DF, e o Núcleo Hortícola Suburbano de Vargem Bonita, um dos maiores produtores de hortaliças do DF e morada de pioneiros de origem japonesa.

“No Park Way, os moradores consomem muita cultura, e nos vilarejos costumam acontecer feiras de artesanato com música ao vivo”, conta o gerente de cultura do Park Way, Thiago Henrique Prado. “Na nossa cidade, estamos com as inscrições completas para o CRC. Acho que a partir dessa formação será possível criar um cronograma cultural anual para a região.”

Além da Vargem Bonita, existem os núcleos Córrego da Onça e Ipê Coqueiros. A região é composta por inúmeras reservas naturais do cerrado, como a Fazenda Água Limpa, de propriedade da Universidade de Brasília (UnB). Outros atrativos turísticos são o Catetinho, a Casa Niemeyer e o Brasília Country Club.

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa