21/01/2016 às 13:08, atualizado em 03/01/2017 às 09:29

Meta é vacinar ao menos 80% das meninas de 9 anos contra o HPV em 2016

Imunização pode ser feita em qualquer posto de saúde da rede pública do DF. É preciso tomar duas doses — a segunda seis meses após a primeira

Por Jade Abreu, da Agência Brasília

. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília – 19.3.2015

O governo de Brasília pretende vacinar pelo menos 80% das meninas de 9 anos contra o papilomavírus (HPV) em 2016. A imunização é importante para prevenir o câncer do colo de útero, identificado, especialmente, em mulheres de 25 a 64 anos.

As vacinas estão disponíveis em todos os postos de saúde da rede pública. Além das que têm 9 anos exatos, as meninas nascidas a partir de 1º de janeiro de 2000 e que não tenham sido imunizadas podem procurar as unidades. A diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Teresa Cristina Segatto, ressalta que as melhores formas de prevenir a doença são com o exame Papanicolau e com a vacina.

A primeira dose deve ser tomada, preferencialmente, aos 9 anos, e a segunda, seis meses após a primeira. A terceira dose, que deveria ser tomada cinco anos após a segunda, não é mais necessária. De acordo com o Ministério da Saúde, a eficiência da vacina é a mesma com as duas doses.

É obrigatório estar com a caderneta de vacinação e acompanhada do responsável, quando menor de idade. É recomendado que, se a criança tiver carteira de identidade, leve o documento.

2015

No ano passado, houve uma campanha do governo local, em parceria com o nacional, para estimular a vacinação contra o HPV. Nesse período, o foco estava voltado, especialmente, para as meninas de 9 anos.

Na época, a meta era vacinar 21 mil garotas apenas dessa faixa etária, o equivalente a 80%. Porém, foram aplicadas 15.218 doses da vacina em meninas de 9 a 15 anos, sendo que em 8.343 dos casos para as crianças de 9 anos — o número representa 36,2% das meninas dessa faixa.

Vírus

De acordo com o Ministério da Saúde, há mais de 150 tipos diferentes de HPV. Deles, existem 12 identificados de alto risco, com maior probabilidade de estarem associados a lesões pré-cancerígenas. A vacina aplicada na rede pública é quadrivalente — oferece proteção contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Os tipos 16 e 18 causam cerca de 70% do câncer do colo de útero em todo mundo. Já os tipos 6 e 11 são encontrados na maioria das verrugas genitais.

Segundo a pasta, é possível se contaminar com o HPV a partir de uma única exposição com o vírus, e a transmissão pode ocorrer pelo contato direto com a pele ou com a mucosa infectada. A principal forma é pelo contato sexual, mas também pode haver transmissão de mãe para filho no parto.

Faixa etária

De acordo com o ministério, a vacina é mais eficiente em meninas de 9 a 13 anos, mas isso não impede que quem esteja fora dessa faixa etária receba a vacina, disponível para qualquer idade na rede particular. Segundo a pasta do governo federal, no entanto, o ideal é que a imunização ocorra enquanto as mulheres ainda não iniciaram a vida sexual.

HIV

Portadoras do vírus da aids (HIV, sigla em inglês) têm direito à vacina de HPV mesmo fora da faixa etária definida pela rede pública. Elas devem tomar as três doses — a segunda em um prazo de dois meses, e a terceira seis meses após a primeira.

As mulheres com HIV devem solicitar o atendimento em um dos sete Centros de Referência Imunobiológicos Especiais, localizados nos Hospitais Regionais da Asa Norte, da Asa Sul, de Ceilândia, do Gama, de Planaltina, de Sobradinho e de Taguatinga.