31/07/2021 às 09:04, atualizado em 31/07/2021 às 09:29

De uma pequena área nasce uma floresta em Ceilândia

Local é cuidado há mais de 40 anos por Seu Ariovaldo, morador da cidade que viu no projeto ‘Adote Uma Praça’ a chance de oficializar as melhorias

Por Agência Brasília* | Edição: Freddy Charlson

Em 1981, seu Ariovaldo Borges se interessou por uma área em frente à sua casa, na QNO, conjunto H, no Setor O, em Ceilândia. Era um local ainda sem nenhum comércio. Descobriu na administração da região administrativa que o espaço seria destinado a um posto de combustível e que “sobraria” um pedaço para uma área verde.

As primeiras mudas foram doadas pela própria administração e, de lá para cá, seu Ariovaldo nunca mais parou de plantar e de cuidar da área. Alguns anos depois, os eucaliptos que já estavam grandes tiveram que ser derrubados devido a possíveis riscos ao posto. Mas o morador do Setor O conseguiu recuperar alguns pedaços de tronco e fez mesas e cadeiras com as próprias mãos.

Local adotado por Seu Ariovaldo fica na QNO, conjunto H, em Ceilândia

Depois de 40 anos, finalmente seu Ariovaldo vai poder cuidar do jardim sem se preocupar. “Alguns moradores até arrancaram árvores. Por um período fiquei tão chateado que parei de cuidar e o lugar virou um lixão, cheio de ratos e mosquitos. Fiquei triste, mas resolvi voltar a cuidar e estou muito feliz. Agora posso continuar cuidando porque sou um parceiro do governo”, conta.

Isso mesmo. Seu Ariovaldo assinou um termo de cooperação com a Administração Regional de Ceilândia e a Secretaria de Projetos Especiais (Sepe) para melhorias e manutenção do espaço público. “Existem muitos espaços públicos que são cuidados pela população, mas sem nenhuma documentação de uso. Por isso, é importante oficializar esses cuidados para que tudo siga as normas de urbanização da nossa cidade”, explica o secretário de Projetos Especiais, Roberto Andrade.

O Adote Uma Praça foi criado no governo Ibaneis Rocha e já é um campeão em procura pela população de várias cidades do Distrito Federal. O programa, que é coordenado pela Sepe, já atingiu 22 regiões administrativas e recebeu 145 propostas, que vão desde jardinagem até requalificação de um setor inteiro, como foi o caso do Setor Hospitalar Sul. Todo o investimento é privado, vem de parcerias do GDF com a população e empresas.

“Quando o morador de uma das cidades do Distrito Federal, como é o caso do seu Ariovaldo, cuida de um espaço público, ele desenvolve em outras pessoas o sentimento de pertencimento àquele local. Surge a consciência cidadã, a consciência cristã”, afirma Roberto Andrade.

*Com informações da Secretaria de Projetos Especiais