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26/09/2021 às 09:02, atualizado em 26/09/2021 às 18:19
Oferta já chegou a mil vagas; agora, ações estão focadas na qualificação para ingresso e permanência no mercado
“Fazemos o encaminhamento das pessoas, e este ano já foram cerca de mil” Thales Ferreira, secretário do Trabalhodireita
O Governo do Distrito Federal tem buscado fazer o dever de casa e abrir o mercado para pessoas com deficiência (PcDs). Num trabalho conjunto entre as secretarias do Trabalho (Setrab) e da Pessoa com Deficiência (SEPD), a oferta de vagas é diária, além do acompanhamento junto aos empregadores e o planejamento de abertura de treinamentos para esse público.
Na passagem do Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, na última terça-feira (21), a estação do Metrô da 112 Sul reuniu um grupo de 12 empresas para recrutar esses profissionais. Durante esse mutirão, coordenado pela SEPD, foram entregues currículos, feitas entrevistas e oferecidas, em um único dia, aproximadamente 150 vagas de emprego para esse público especial.
A pasta do Trabalho disponibiliza diariamente postos para PcD no seu site e por meio das agências do trabalhador. Na sede da secretaria, na 511 Norte, há um espaço exclusivo para atendimento a pessoas com algum tipo de deficiência. De acordo com levantamentos da secretaria, 721 candidatos foram contratados no DF no ano passado.
Secretaria da Pessoa com Deficiência investe em parcerias com o Instituto Federal de Brasília (IFB) e o Ministério Público do Trabalho para selecionar candidatos a cursos profissionalizantesesquerda
“Fazemos o encaminhamento das pessoas, e este ano já foram cerca de mil”, conta o secretário do Trabalho, Thales Ferreira. Os gestores seguem atuando para aumentar o número de oportunidades, empenho respaldado na Lei nº 8.213/91 – conhecida como lei de cotas –, de acordo com a qual cada órgão com 100 funcionários ou mais deve ter de 2% a 5% dos cargos preenchidos por PCDs.
Mas a batalha é grande. “As empresas apresentam certo bloqueio em empregar as PcDs porque não as consideram produtivas, ou consideram que o nível funcional não atende”, avalia o secretário da Pessoa com Deficiência, Flávio Santos. A legislação, aponta, nem sempre é cumprida pelos patrões.
Capacitação profissional
Uma dificuldade é a falta de capacitação dos trabalhadores. “A falta de qualificação é um fator muito negativo para a inserção dos PCDs, seja profissional, seja educacional”, reconhece Santos. Ele informa que a secretaria estabeleceu parcerias com o Instituto Federal de Brasília (IFB) e o Ministério Público do Trabalho, com o objetivo de selecionar candidatos para cursos profissionalizantes como digitação, secretariado e administração.
Thales Ferreira, por sua vez, lembra que sua pasta também prepara muitas oportunidades para treinamento até o final do ano. “Vamos lançar um edital com 32 tipos de curso de preparação profissional, e teremos um percentual de 5% das vagas para atender pessoas com deficiência”, anuncia. O total de oportunidades ainda não foi definido
Estudos
Divulgada nesta semana pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), a pesquisa Empregabilidade e Pessoa com Deficiência traz um panorama sobre o tema. O estudo demonstra que portadores de deficiência possuem 33% menos chances de emprego.
“Foram abordadas pessoas com deficiência, empresas que cumprem a cota e outras que não o fazem”, relata o presidente da Codeplan, Jean Lima. “São elementos importantes para auxiliar os gestores públicos, a sociedade, empregadores a entender essa realidade”. Os números atuais, avalia, demonstram necessidade de ajustes para melhorar.