25/09/2021 às 10:57, atualizado em 26/09/2021 às 11:36

‘Área de Segurança Prioritária’ fica mais três meses

Com a ASP, houve reduções na criminalidade, o que melhorou a qualidade de vida da população; agora, ações vão até dezembro

Por Agência Brasília* | Edição: Rosualdo Rodrigues

Implementada para reduzir de forma equilibrada os índices criminais no Distrito Federal, o projeto Área de Segurança Prioritária (ASP) completou, nesta semana, três meses desde que foi lançado na Estrutural, pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). A percepção do aumento da sensação de segurança é comprovada pela redução de crimes na região.

Uma das prioridades da ASP na Estrutural é o enfrentamento da violência contra a mulher; 122 medidas protetivas foram solicitadas em três meses

Violência contra a mulher

O enfrentamento da violência contra a mulher é uma das prioridades da ASP. No período, foram realizadas 39 prisões em flagrante e 122 medidas protetivas solicitadas ao Judiciário. Equipes do Policiamento de Prevenção Orientada à Violência Doméstica e Familiar (Provid), da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), realizaram 533 visitas às vítimas de violência na região. Duas pessoas foram presas após acionamento do aplicativo Viva-Flor na cidade.

As ações integradas são coordenadas pela Subsecretaria de Operações Integradas (Sopi), da SSP. “Realizamos reuniões e avaliações esporádicas com representantes de órgãos envolvidos, para adaptações necessárias”, explica o subsecretário de Operações Integradas, coronel Fábio Leite.

Aos resultados, soma-se uma série de ações. “Ao longo desses três meses, conseguimos, além de trazer o Grupo Tático para atuar junto ao 15º Batalhão, atuar com mais intensidade. Também conseguimos aumentar em 50% os atendimentos realizados pelo Provid. Em horários mapeados, também tem sido utilizado o motopatrulhamento”, explica o comandante do 15º Batalhão, que atende a Cidade Estrutural, major Arantes.

“Percebemos maior presença de policiais, e isso, com certeza, melhora a sensação de segurança”Constâncio Alves, comerciante localdireita

De acordo com o comandante, uma das grandes conquistas foi a maior aproximação com a população e lideranças comunitárias. “Temos realizado reuniões com essas pessoas, recebido as demandas e estamos buscando atendê-las da melhor forma possível”, completa Arantes.

O aumento da segurança na região tem sido percebido pela população, como é o caso de Constâncio Alves, comerciante local. “Percebemos maior presença de policiais, e isso, com certeza, melhora a sensação de segurança”, afirma. “O novo batalhão na entrada da cidade também será muito importante, pois a presença da estrutura policial, sem dúvida, inibe a ação criminosa”.

Na opinião do comerciante, a mudança da 8ª Delegacia de Polícia, uma demanda antiga da população, também contribui para a maior sensação de segurança: “A distância era um limitador para registrar ocorrências. Mostrar esses resultados e a população sentir-se mais segura pode ser uma forma de mudar a visão distorcida que muitas pessoas têm da Estrutural, achando que é uma região em que temos somente violência. Aqui temos pessoas trabalhadoras e com muito orgulho de serem moradores locais e que estão muito satisfeitas com essas mudanças”.

Necessidade de prorrogação

Para a titular da 8ª DP, delegada Jane Klébia, a prorrogação do prazo na ASP na região poderá contribuir com resultados ainda mais positivos para a região. “Vimos a importância da ASP e entendemos a necessidade da prorrogação”, diz. “A redução da criminalidade já é uma realidade, mas ainda há espaço e necessidade das ações, que não podem cessar neste momento”.

“A PCDF continuará intensificando suas ações no combate a esses crimes, trazendo mais segurança a uma região de tanta vulnerabilidade”Delegada Jane Klébia, titular da 8ª DPesquerda

Ela conta que houve várias operações conduzidas pela PCDF, sob coordenação da 8ª DP e com apoio das delegacias especializadas, com foco na redução de homicídios, tráfico de drogas e estelionato, que ocorre em volume considerável se comparado a outras regiões. “A PCDF continuará intensificando suas ações no combate a esses crimes, trazendo mais segurança a uma região de tanta vulnerabilidade”, afirma a delegada.

A administradora regional da Estrutural, Vânia Gurgel, também avalia que a prorrogação do prazo de atuação da ASP na região será essencial para continuidade das ações. “Só temos a agradecer por essa transformação efetiva na vida dessas pessoas”, ressalta. “Os moradores sempre compartilham experiências positivas, que têm impactado a rotina da população. A sensação de segurança já é muito maior e os atendimentos de atenção à população, como cursos e palestras, já mudam a realidade dessas pessoas”.

Na avaliação do presidente do Conselho de Segurança da Estrutural, Valério Cristiano, a ASP tem sido essencial para a região. “Percebemos que os índices criminais caíram. Furtos tiveram redução significativa, os assaltos a ônibus foram reduzidos quase cem por cento, o roubo a comércio diminuiu”, relata. “A presença policial nas ruas da cidade é notória. A comunidade como um todo agradece os trabalhos da Segurança Pública. Tem sido uma relação de parceria, atendendo as demandas do Conseg [Conselho de Segurança] e atuando de forma sistemática e aplicada, com foco na segurança”.

Prevenção à criminalidade

Antes do início da ASP na Estrutural, foi feita uma análise considerando os índices criminais, o perfil e idade dos moradores RA e as principais demandas da comunidade. O objetivo é realizar ações que contribuam com a redução da criminalidade e com a qualidade de vida dos moradores locais.

“Queremos que as atividades que estão sendo desenvolvidas tenham sustentabilidade após a ASP e, para isso, estamos realizando diversas parcerias com órgãos públicos locais e também sociedade civil”, avalia o subsecretário de Prevenção à Criminalidade, Sávio Ferreira. “Estamos felizes e empenhados em continuar prestando um bom serviço àquela comunidade. Ainda há muito o que fazer”.

Em três meses, foram realizados 7,6 mil atendimentos à população, como ações educativas de trânsito, emissão de carteira de identidade e de trabalho, oficinas artísticas, serviços voltados para mulheres, atendimentos psicossociais e curso para lideranças religiosas, por meio da Aliança Distrital.

A aproximação com a população é destacada pela coordenadora de Políticas Sociais da SSP, Marina Fernandes: “Esse período que passamos na Estrutural nos permitiu conhecer melhor as necessidades da comunidade para aperfeiçoar nossas ações no território. Nos próximos três meses, trabalharemos na melhoria da prestação de serviços da segurança pública, como emissão de carteiras de identidade, por exemplo, e em ações que favoreçam a aproximação da comunidade com os profissionais de segurança”.

*Com informações da Secretaria de Segurança Pública