03/01/2022 às 14:25, atualizado em 03/01/2022 às 15:37

Protagonismo e cidadania aos jovens do Varjão

Projeto oferece aulas e bolsa de R$ 200 a 70 adolescentes em situação de vulnerabilidade

Por Lívio di Araújo, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

“Ainda não sei que profissão quero seguir, mas de uma coisa eu sei: quero garantir um futuro melhor para a minha família.” Esta é a expectativa do adolescente Mateus de Oliveira Lima, de 16 anos, um dos 70 jovens que participam, a partir desta segunda-feira (3), da primeira edição do projeto Observarjão, desenvolvido na cidade pela instituição Tia Angelina.

O vice-governador Paco Britto participou da abertura do projeto, cujo foco, destacou, é “um futuro melhor para a população do Varjão, trabalhadora, honesta, digna”

O projeto foi um dos selecionados pelo edital da Secretaria de Justiça e Cidadania, entre quase 90 outras propostas, para ser desenvolvido este ano. Vai atender adolescentes de 14 a 18 anos, moradores do Varjão, de famílias vulneráveis, com aulas de cidadania, entre outras atividades, em dois turnos: manhã e tarde. Assim, é possível atender os jovens estudantes – item obrigatório para fazer parte do Observarjão – nos turnos opostos às aulas escolares. Para receber a bolsa, o estudante não pode ter faltas na escola.

Para Tia Nair, gestora do projeto e criadora da ONG Tia Angelina, em 1996, o Observarjão é voltado para adolescentes atendendo a um pedido das próprias famílias ouvidas na região. “É a grande preocupação desses pais”, destacou.

Segundo Tia Nair, a ideia é que, entendendo a importância do jovem na sociedade, os adolescentes tomem consciência de seu papel social e assumam o protagonismo na sociedade. “Participar e melhorar das políticas públicas para a cidade, fortalecer a cidadania desses jovens, fazer com que participem de conselhos, deem suas ideias, mostrem o que querem de melhor. Porque eles são o futuro. Eles têm que ser questionadores”, afirmou Tia Nair.

Para que os alunos possam administrar da melhor forma o dinheiro que receberão todos os meses – R$ 2.400 em um ano –, o Observarjão já conseguiu apoio do Banco de Brasília (BRB) para ministrar aulas de gestão e educação financeira aos 70 adolescentes atendidos no projeto. “Sabemos que vêm de famílias vulneráveis. Então, caso algum deles consiga emprego ao longo do ano, será substituído por outro. A fila de espera é enorme”, adiantou Tia Nair.

A seleção de participantes da primeira edição do Observarjão foi feita pelo Centro de Referência e Assistência Social (Cras) da região. “Nada disso seria possível se as famílias e os jovens não tivessem aceitado. Queremos que vocês brilhem muito e saibam que a secretária Mayara e o governador Ibaneis não têm medido esforços para garantir atendimento da rede social em todo o DF”, disse a gerente do Cras do Varjão, Fernanda Mendes.