11/02/2022 às 17:57, atualizado em 11/02/2022 às 18:22

Em debate, a educação no sistema prisional do DF

Primeiro encontro distrital sobre o tema propõe um novo olhar para o ensino e apresenta projetos para o ano letivo de 2022

Por Agência Brasília* | Edição: Rosualdo Rodrigues

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) pretende modernizar a forma de promoção da educação no sistema prisional do Distrito Federal, implantando laboratórios de informática e bibliotecas com acervos atuais, aumentando o alcance de leitura para os mais diversos níveis de escolaridade.

O projeto pretende também oferecer aos portadores de necessidades especiais instrumentos como audiobooks, livros em braile e hardwares que auxiliam no acesso à leitura.

“É necessária educação de qualidade para as pessoas privadas de liberdade. O papel da polícia penal também é ressocializar”, destaca a promotora de justiça do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional, Cláudia Braga Tomelindireita

Esses planos foram apresentados durante o 1º Encontro Distrital de Educação no Sistema Prisional do DF, promovido pela Seape em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). O evento propôs um novo olhar para a educação voltada ao sistema penitenciário, tendo sido apresentados projetos para o ano letivo de 2022.

De acordo com a gerente de Políticas Penitenciárias da Seape, Amanda Brandão, este é o primeiro de vários encontros que serão realizados para promover as frentes de educação e trabalho. Segundo ela, a Seape tem o compromisso de fomentar políticas que incluam a maior parte dos custodiados do DF.

“É necessária educação de qualidade para as pessoas privadas de liberdade. O papel da polícia penal também é ressocializar. Temos que assumir o compromisso com a educação e com o trabalho para que o custodiado não volte a delinquir, visto que o trabalho diminui em 16% a reincidência criminal e a educação em 30%. Os números falam por si”, destacou a promotora de justiça do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri/MPDFT), Cláudia Braga Tomelin.

A juíza da Vara de Execuções Penais do DF, Leila Cury, reforçou a importância dos policiais penais se responsabilizarem pelo processo de ressocialização. “Devemos estimular os custodiados para que estudem e trabalhem. Acredito que muitos aqui querem ser ressocializados”, destacou a magistrada.

“Esta gestão será voltada para promoção do trabalho e do estudo, precisamos oferecer mudança de vida para as pessoas privadas de liberdade. Vamos fazer parcerias para mudar o cenário educacional no sistema prisional do DF”, ressaltou Teles.

Também estiveram presentes ao encontro o secretário de Administração Penitenciária, Wenderson Teles; o diretor de Políticas Penitenciárias do Depen, Sandro Abel Barradas; o coordenador do Núcleo de Execução Penal da Defensoria Pública, Reinaldo Rossano, e a diretora de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação, Lilian Cristina Sena.

*Com informações da Seape