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08/03/2022 às 10:33, atualizado em 08/03/2022 às 11:08
São 1.157 servidoras na Sedes. Rede de proteção social do GDF atende majoritariamente a população feminina; Cadastro Único no Distrito Federal tem 323.186 mulheres inscritas
A política de assistência social no Distrito Federal é conduzida em sua maioria por mulheres. São 1.157 servidoras, entre os 1.857 profissionais, que atuam na Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), responsável pela gestão dos benefícios, programas e unidades socioassistenciais de execução direta.
São elas que fazem atendimento na ponta, recebem e orientam a população vulnerável nas unidades e colaboram na gestão de serviços de assistência social e programas, como o Cartão Prato Cheio, que fazem do DF, hoje, uma referência nacional.
“Nós ficamos mais sensíveis com essa pandemia, houve aumento dos casos de violência doméstica, de violência de gênero, muitas pessoas perderam a renda e as mulheres foram muito atingidas”, afirma a psicóloga Lucélia Aguiar Nogueiradireita
Servidora há 11 anos, a psicóloga Lucélia Aguiar Nogueira avalia que o fato de ser mulher traz um olhar diferenciado na hora de fazer a escuta qualificada. “Nós ficamos mais sensíveis com essa pandemia, houve aumento dos casos de violência doméstica, de violência de gênero, muitas pessoas perderam a renda e as mulheres foram muito atingidas. Ser uma profissional mulher traz um olhar mais sensível para essa questão do gênero durante o atendimento”, afirma a servidora.
Lucélia trabalha há sete no Cras Guará e conta que, durante a pandemia, foi perceptível o desespero das famílias com a crise. “Para mim, é uma honra ser mulher e poder contribuir com essa rede de proteção social voltada para a mulher, para as chefes de família. Aqui no Cras, assim como em outras unidades, a maioria dos atendimentos é para mulheres. Nessa pandemia, nós percebemos uma fala mais desesperada dos usuários que chegam á unidade, mas também uma fala de agradecimento, como se eles não tivessem a quem recorrer. É muito gratificante poder prestar esse auxílio”, ressalta.
No DF Social, das mais de 50 mil famílias beneficiárias que recebem um auxílio adicional de R$ 150 por mês, 31.379 são chefiadas por elas. No Cartão Gás, entre as 70 mil famílias beneficiárias que recebem recurso para comprar gás de cozinha, 52.917 tem uma mulher como chefe de família.
“Neste Dia Internacional da Mulher, quero fazer uma homenagem às nossas servidoras. São elas que nos ajudam a executar essa política, a pensar as ações que têm auxiliado tanto as famílias em vulnerabilidade social do DF, especialmente neste momento de pandemia. Muitas pessoas perderam a renda nos últimos dois anos, muitas delas mulheres que são chefes de família. Por isso, os programas sociais do GDF, como Cartão Prato Cheio, o DF Social e Cartão Gás, priorizam essa população”, explica a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha.
Só no Prato Cheio, dos 39.974 beneficiários, 35.177 são mulheres. O programa garante crédito mensal de R$ 250 para famílias em situação temporária de insegurança alimentar e nutricional.
“O Prato Cheio, hoje, é referência nacional porque garante a essas mães o direito de alimentar os seus filhos. Durante seis meses, elas recebem o recurso para escolher no comércio local os alimentos que a família precisa. Essa autonomia que o cartão dá a elas é um suporte importante para trazer autoestima e contribuir para que aquela família possa se reerguer”, reitera a gestora.
Rede de proteção
Dentro da Política de Assistência Social do DF, coordenada pela Sedes, além dos benefícios sociais, as mulheres em vulnerabilidade social contam com atendimento em unidades socioassistenciais para prevenção de violação de direitos e acompanhamento especializado.
As mães de recém-nascidos contam, desde maio de 2020, com o apoio do programa Bolsa Maternidade, que garante um enxoval com 21 itens entre roupinhas, fraldas e mantas. Até o momento, já foram entregues 4.451 kits às mães em situação de vulnerabilidade socialesquerda
São 29 unidades do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), 12 do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), duas do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) e 16 do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (CCFV), além das unidades de acolhimento e Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas).
Nos Cras, foram atendidas em pouco mais de um ano, entre 1º de novembro de 2020 e 21 de janeiro de 2021, 18.784 mulheres. Nas unidades do Creas e do Centro Pop, foram 2.168 atendimentos de mulheres; no Serviço Especializado de Abordagem Social, 1.119, além de 561 atendimentos de mulheres nos serviços de alta complexidade, que inclui o acolhimento institucional. Os dados constam no site Observatório da Mulher, portal do GDF que reúne os principais dados referentes às mulheres do Distrito Federal.
Pelo Sistema Integrado de Desenvolvimento Social (Sids), as mulheres são as principais interlocutoras e titulares dos benefícios, como os auxílios em situação de vulnerabilidade temporária, natalidade e excepcional.
As mães de recém-nascidos também contam, desde maio de 2020, com o apoio do programa Bolsa Maternidade, que garante um enxoval com 21 itens entre roupinhas, fraldas e mantas. O programa foi incluído no auxílio-natalidade como bem de consumo. Até o momento, já foram entregues 4.451 kits às mães em situação de vulnerabilidade social.
Gerente do Centro Pop Brasília, Juliana Castro pontua que o diferencial do atendimento socioassistencial é o respeito e a atenção com o usuário, que chega à unidade, geralmente, já fragilizado. “Pensando muito no trabalho que tenho feito na secretaria, é o seguinte: eu não consigo fazer as coisas pela metade. É uma coisa que eu digo para a equipe: ou faz bem feito ou não faz. Por onde eu passo, eu procuro fazer a diferença nesse sentido, porque acho que é o mínimo que a gente tem que fazer. Aqui, agora, no Centro Pop, o mínimo que tenho que fazer é ouvir todo mundo que quer falar comigo, olhando nos olhos e com respeito, seja quem for. E, quando você consegue ouvir a todos e tratar como ser humano, um bom serviço prestado é consequência”, ressalta.
*Com informações da Sedes