Bem-vindo(a) ao nosso site! Encontre informações essenciais e serviços para melhorar sua experiência cidadã. Explore e aproveite ao máximo!
Abaixo listamos as Secretarias, Órgãos e Entidades vinculados ao Governo do Distrito Federal, para acessá-los clique na lista ou pesquise.
Na lista abaixo são listadas todas as Administrações Regionais que compõe o Distrito Federal, para acessá-los clique na lista ou pesquise.
07/04/2022 às 15:53
Iniciativa implementada em quatro regiões administrativas segue modelo de agrofloresta, conforme orientação da OMS
Lavanda, sálvia, alecrim e eucalipto são algumas das 100 espécies de plantas medicinais cultivadas de forma ecológica no quintal da Unidade Básica de Saúde 1 (UBS 1) do Lago Norte. O horto segue um modelo de agrofloresta para a plantação e o manejo.
“Chamamos a comunidade para cooperar com a criação de vínculos, transformar lugares inóspitos em aprazíveis, para a gente criar espaços seguros e que contribuam para a manutenção de relações mais saudáveis” – Cristian Silva, gerente de Práticas Integrativas em Saúde da Secretaria de Saúdedireita
O espaço verde de antes, sem uso e com o acúmulo de entulho, foi substituído por ervas e culturas para produção de fitoterápicos, em uma área de 500 m2. A transformação está em acordo com a campanha Nosso Planeta, Nossa Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e promovida pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Este ano, o foco é o bem-estar da população e do meio ambiente por meio de ações sustentáveis.
O gerente de Práticas Integrativas em Saúde da Secretaria de Saúde, Cristian Silva, lembra a contribuição para um ecossistema mais salubre quando se incentiva esse tipo de técnica: “A área da saúde produz muito lixo – são seringas, máscaras, luvas. E mais: um lixo contaminado. Então, quando se faz um espaço como um horto voltado para fitoterápicos, inverte-se essa lógica”.
Criador do projeto de agroflorestal medicinal, o médico de família e comunidade Marcos Trajano, Referência Técnica Distrital (RTD) em fitoterapia, pontua: “Este projeto faz com que a nossa unidade promova saúde em um outro âmbito. É um produtor que cuida do solo, do ar e do meio ambiente”.
O projeto, informa ele, permite uma agricultura sem adubos sintéticos nem agrotóxicos. “Estas plantas vão ser utilizadas para a produção de medicamentos e precisam estar isentas de qualquer tipo de contaminante”, diz. “A agrofloresta por si só não dialoga em nada com o SUS; mas, quando se coloca no contexto das práticas integrativas e da vigilância em saúde e da promoção da saúde, estamos fazendo um link com as políticas públicas do campo”.
Parceria da comunidade
Para que seja desenvolvido o horto, a população é convidada a participar de mutirões. “Chamamos a comunidade para cooperar com a criação de vínculos, transformar lugares inóspitos em aprazíveis, para a gente criar espaços seguros e que contribuam para a manutenção de relações mais saudáveis”, explica o médico.
Moradora do Lago Norte, a aposentada Maria Aparecida de Araújo Guerra, 73 anos, é voluntária desde o começo e conta que se incomodava com o ambiente antes da intervenção agroecológica. “As pessoas passavam, e ali parecia um terreno baldio”, lembra. “É uma alegria ver concretizada uma iniciativa cidadã, que pega um espaço e o transforma”.
Outro voluntário é o advogado Mário Luiz Machado, 67, também morador do Lago Norte. Desde 2019, ele participa das ações de cuidado e manejo do horto. “É gratificante trabalhar pela comunidade. O trabalho em grupo é muito bom e saudável, além do ambiente bem próximo à natureza”.
Fitoterápicos
Além do Lago Norte, outras três regiões administrativas desenvolvem hortos com o objetivo fitoterápico: Planaltina, com o Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (Cerpis); Riacho Fundo, com o Núcleo de Farmácia Viva, e São Sebastião, com a Casa de Parto. A meta é construir 12 novas unidades neste ano, contemplando grande parte do Distrito Federal.
A produção dos fitoterápicos consiste em não extrair os princípios ativos de raízes, sementes e folhas das plantas. As plantas são enviadas a duas farmácias vivas para produção de xaropes, pomadas, géis, chás, compressas e tinturas. Os medicamentos precisam ser receitados por um médico da família. Os farmacêuticos das unidades liberam a dispensação para as pessoas. Saiba onde encontrar os medicamentos neste link.
O projeto
O horto é desenvolvido com base na agroecologia, agricultura biodinâmica e agrofloresta sintrópica sucessional. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a agricultura biodinâmica é um sistema de produção de base ecológica. Entre os elementos de destaque para a esse tipo de cultivo está o uso de preparados biodinâmicos, com os princípios da homeopatia no cultivo.
O estudo da agrofloresta sintrópica sucessional, ainda segundo informações da Embrapa, forma o sistema produtivo voltado para a recuperação ambiental. As árvores nativas podem ser plantadas juntamente a culturas agrícolas – sistema de consorciamento de cultura –, o que aumenta a diversidade de espécies e as interações entre elas.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF