24/04/2022 às 10:39, atualizado em 24/04/2022 às 10:53

Samu, olhar humano e sensível

O posto do serviço no Recanto das Emas atende em média 720 chamados por mês, serviço que pode ser determinante na vida dos pacientes

Por Catarina Lima, Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

Entre as diversas formas de chamados que recebem, as equipes do Samu acabam fazendo também atendimento “mais social que emergência médica”

A diferença entre as duas configurações é que a avançada dispõe de equipamentos como desfibrilador, bombas de infusão e ventilação mecânica para pessoas intubadas, usados no atendimento a casos graves, a exemplo de infartos e paradas cardíacas. A equipe da ambulância avançada conta com médico, enfermeiro, auxiliar e condutor socorrista. Já na viatura básica, a equipe é composta  por enfermeiro, técnico e condutor socorrista.

A enfermeira Cleide Regina Pacheco, servidora da Secretaria de Saúde há 20 anos, 12 desses no Samu, define seu dia a dia como intenso, mas também gratificante. Sua rotina de trabalho começa às 7 h, quando ela chega ao posto e confere rapidamente os materiais, enquanto espera a primeira chamada. Em oito horas de trabalho, Cleide e os colegas de equipe, Kátia Maria, também enfermeira, e Rodrigo, socorrista, atendem diversos tipos de chamados, desde problemas cardíacos, vítimas de acidentes e de violência, até casos simples.

No início da tarde da última sexta (22), a equipe da qual Cleide faz parte foi acionada para atender um chamado. Em menos de dez minutos, o grupo chegou ao local. Tratava-se um homem de cerca de 50 anos caído na rua. Além de aparentar ter bebido muito, ele era especial e tinha dificuldades para responder perguntas básicas, como seu nome e endereço. “O atendimento dessa pessoa é muito mais social que emergência médica. São comuns casos assim”, disse Cleide.

“Agora vamos acionar a regulação, ver se é preciso levar para uma UPA. Mas, como ele não apresenta nenhuma alteração nos sinais vitais, acho que não será necessário encaminhar para a unidade”, disse a enfermeira Kátia, enquanto ligava para o sistema de regulação. Alguns minutos depois, foi confirmado que não era preciso encaminhar o paciente para a UPA. A cada pessoa atendida, o sistema de regulação é acionado para orientar sobre o que fazer e para onde levar.

Covid

Cleide trabalhou durante o pico da pandemia de covid. Ela disse que muitas vezes precisou dobrar o seu plantão de oito horas. “Várias vezes tive que comer na viatura. Eram pacientes muitos graves e poucos leitos”, lembra. Cleide e Kátia contam que não contraíram a doença na fase aguda da pandemia. As duas tiveram covid somente no início deste ano, depois de vacinadas.

Samu, olhar humano e sensível