03/05/2022 às 17:00

Orquestra sinfônica se apresenta em Ceilândia e Planaltina

Projeto Clássicos nas Cidades, que abre apresentações de maio nesta terça-feira (3), facilita acesso de moradores das regiões administrativas às apresentações do conjunto instrumental do GDF

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

Com entrada franca, as apresentações da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) em maio dão continuidade aos Clássicos nas Cidades a partir desta terça-feira (3). No mês de abril, o projeto levou mais de 1,5 mil espectadores ao Complexo Cultural Samambaia, com sala lotada e cadeiras extras.

O objetivo é circular a excelência da música clássica executada pelo conjunto instrumental da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) para além do Plano Piloto, facilitando o acesso dos moradores aos concertos da sinfônica.

O compositor Diogo Carvalho, solista no Complexo Cultural de Planaltina, diz que o concerto será sobre músicas brasileiras e vai passear por gêneros como baião, bossa nova, samba, batucada, uma coisa meio seresta, valsa, choro… | Foto: Divulgação / Acervo Pessoal

A abertura desta terça-feira (3), na Casa do Cantador, apresenta um programa diversificado que vai de Astor Piazzolla a George Gershwin, passando por Egberto Gismonti, Toquinho e Vinícius e Bach. No dia 10, a Orquestra segue para o Complexo Cultural de Planaltina (CCP), para executar Brahms, “Concerto de Aranjuez” (1939) e o “Concerto para Violão e Orquestra” (2011). Os dois últimos terão Diogo Carvalho como solista.

Compositor, pesquisador, instrumentista e professor, Diogo Carvalho, nascido em São Paulo, detalha como será o “Concerto para Violão e Orquestra”.

Ele conta que o concerto é sobre as músicas do Brasil. O compositor passeia por baião, tem bossa nova, samba, batucada, uma coisa meio seresta, valsa, choro… “Tem muito ritmo misturado e é um tipo de mistura típico dos concertos da música clássica, como Mozart, por exemplo. O público vai gostar muito porque vai reconhecer as partes. É um concerto para violão e orquestra, mas bem brasileiro. O violão participa muito como instrumento de ritmo”, explica.

O solista destaca um dos clássicos do repertório de violão, o “Concerto de Aranjuez”, de Joaquín Rodrigo. “É uma das peças mais famosas da história da música e também do violão. É linda, maravilhosa, com esse caráter espanhol bem profundo, uma peça lenta, com uma melodia incrível”.

Brahms imperdível

Violinista da OSTNCS desde 2017, Marcos Bastos ressalta que “a programação de maio está variada e bem acessível ao público, abrangendo desde os grandes mestres europeus até a música latina e brasileira, incluindo formações como metais e percussão, que é uma formação que não é tão comum, mas que tem um repertório muito interessante a ser explorado”.

Ele chama atenção, como um dos pontos altos do mês, para a “2ª Sinfonia de Brahms” (1877), executada no dia 10, no CCP. Bastos se entusiasma com o projeto Clássicos nas Cidades: “É sempre um prazer executar música de concerto para os moradores de outras cidades, onde, talvez, por conta da distância do Cine Brasília e do Museu Nacional da República, o público não vá a concertos com frequência.”

O violoncelista solista da OSTNCS, Francisco Orru, endossa a sugestão para a peça de Brahms: “É uma das preferidas pelas orquestras, comparável à ‘Sexta Sinfonia de Beethoven’ por seu clima pastoral (litúrgico) e seus temas marcantes. Os trabalhos de Brahms são extremamente bem-feitos sob o aspecto da técnica composicional e também um dos mais amados pelo público”.

Noite ibero-americana

No dia 24, às 20h, a Orquestra fará o “Concerto Espanhol”, no Cine Brasília, em razão de Brasília ser a Capital Ibero-americana das Culturas em 2022. A apresentação será dirigida pelo maestro convidado, Ignacio Garcia Vidal, que estará à frente da OSTNCS, com repertório que contempla importantes compositores espanhóis, como Joaquin Turina e Manuel de Falla.

O título de capital Ibero-americana das Culturas é atribuído anualmente a uma das cidades que compõem a União de Cidades Capitais Ibero-americanas (UCCI). O encontro, que anualmente ocorre em Madri, escolhe as capitais que devem promover a diversidade cultural ibero-americana no ano seguinte.

Programação maio
Clássicos nas Cidades

– 3/5: Casa do Cantador Ceilândia, às 20h
Maestro Claudio Cohen e Orquestra de Metais e Percussão

Programa
Aaron Copland – “Fanfarra para um Homem Comum”
Fernando Morais – “Elegia e Villalobiana n.1”
Astor Piazzolla – “Adios, Nonino”
George Gershwin – “Bess, You is My Woman Now”
Fernando Morais – “Itarata”
Egberto Gismonti – “Sete Anéis”
Toquinho e Vinícius – “Tarde em Itapoã”
J.S.Bach. – “Now is our Savior Come”
Anthony Holborne – “Três peças”
Paul Dukas – “Fanfarra para Preceder La Peri”
Augustin Lara- “Farolito”
Armando Manzanero – “Somos Novios”
Augustin Lara – “Granada”

– 10/5: Complexo Cultural de Planaltina, às 20h
Maestro Cláudio Cohen e Diogo Carvalho (solista)

Programa
Johannes Brahms – “Sinfonia n 2”
Diogo Carvalho, compositor e solista – “Concerto para Violão e Orquestra” e “Concerto para Aranjuez”, de Joaquín Rodrigo

– 17/5: Casa do Cantador Ceilândia, às 20h
Maestro Cláudio Cohen e Orquestra de Cordas

Programa:
Edward Elgar – “Serenata”
Edvard Grieg – “Suite Holberg”
Alexandre Guerra – “Contos”

– 31/5: Complexo Cultural de Planaltina, às 20h
Maestro Claudio Cohen e OSTNCS

Programa:
L.v.Beethoven – “Sinfonia no.5”
John Williams – “Star Wars” Suite
Concerto Espanhol

– 24/5: Cine Brasília, às 20h
Maestro Ignacio Garcia Vidal, Mariola Membrives (soprano, solista) e Diogo Carvalho (solista violão)

Programa:
Joaquin Turina – “La Oración del Torero”
Frederico Garcia Lorca, compilação de canções populares espanholas
Manuel de Falla – “El amor Brujo”

*Com informações da Secec-DF