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03/05/2016 às 20:46, atualizado em 25/05/2016 às 12:56
Nascido na região administrativa, o corredor medalhista Joaquim Cruz foi um dos condutores da tocha na tarde desta terça-feira (3). Passagem pelo Riacho Fundo I também mobilizou moradores
Atualizado em 3 de maio de 2016, às 19h07
A tocha olímpica chegou de comboio ao centro de Taguatinga um pouco antes das 16 horas e era aguardada por muita gente, entre crianças, adolescentes e famílias inteiras. Até quem não conseguiu pausa no trabalho se espremeu nas janelas dos edifícios para ver a chama passar. Algumas escolas da região liberaram os alunos para que eles acompanhassem o trajeto. O estudante Gabriel Gentil, de 13 anos, foi esperto: esperou de cima da passarela da Estrada Parque Taguatinga (EPTG) a passagem do revezamento. “Estava no centro, mas achei que ia demorar. Não aguentei e vim para cá ver esse momento único.”
A professora de handebol do Centro de Ensino Fundamental 19 Irene França também reservou a tarde desta terça-feira (3) para acompanhar o evento. E levou com ela 55 alunos da escola. “Eles abraçaram mesmo a oportunidade. Daqui 50 anos, ainda vão se lembrar de ter participado”, apostou. Trabalhadores do comércio local pararam para ver o percurso, que atraiu ainda moradores de regiões vizinhas. O casal de servidores públicos Zilda, de 50 anos, e Carlos Vasconcelos, de 46 anos, vive na Colônia Agrícola Samambaia, em Vicente Pires. “Acho essa oportunidade maravilhosa para o nosso País. Sempre vemos pela televisão e, agora, corremos para assistir ao vivo”, contou Zilda.
A expectativa do público no centro de Taguatinga era tão grande que, antes mesmo de o símbolo dos Jogos chegar, as pessoas se empolgaram. Bastou o corredor medalhista olímpico Joaquim Cruz descer da van da organização com a tocha ainda apagada para centenas de pessoas gritarem seu nome. “Ou eu choro ou eu corro. Este é o nosso momento, o momento do povo brasileiro”, disse, com a voz embargada, o atleta nascido em Taguatinga. O trajeto continuou pela Avenida Samdu Sul e pelo Setor F Sul. Durante todo o caminho, havia muitos espectadores, e fogos de artifício foram lançados.
Na Samdu, a professora da Escola Classe 54 de Taguatinga Ilma Rangel entregou o fogo olímpico para a cantora Prícia Barcelos. No Setor F Sul, Paulo Henrique Honorato, de 15 anos, foi um dos condutores, acompanhado dos colegas Ailton Dilmendes e Isabela Maria Azevedo, também de 15, Yngrid Lorrayne Alves, de 14, e Ketlen Lorrane Santos, de 16 anos.
Regimento de Polícia Montada
Por volta das 18 horas, o revezamento chegou ao Regimento de Polícia Montada da Polícia Militar do DF, no Riacho Fundo I. Aguardavam o símbolo dos Jogos Mundiais o governador Rodrigo Rollemberg, o comandante-geral da PM, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira, e o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem, Henrique Luduvice. No local, a chama foi conduzida pelo sargento da Polícia Militar Hélvio Pompilio, único policial cadeirante do DF. Ele entrou no regimento no meio de um corredor formado por seis policiais montados de cada lado e entregou o fogo ao primeiro-sargento João Batista, praticante de hipismo. Em seguida, a chama foi carregada pela terceiro-sargento Elaine Silva, também praticante de hipismo.
Para o chefe do Executivo local, a passagem da chama é carregada de simbolismos. “O objeto representa paz e esperança; é um momento em que os países deixam as desavenças de lado e se unem pelo do esporte”, declarou. Rodeado de crianças, Rollemberg acrescentou que a energia da cidade é impressionante. “Conseguimos sentir a alegria de longe, estamos muito honrados.”
Do regimento, o comboio seguiu para a entrada do Riacho Fundo I, onde a estudante do Centro de Ensino Fundamental 16 de Ceilândia Heloísa Fonseca, de 15 anos, esperava ansiosa para carregar o objeto. A região administrativa praticamente parou para acompanhar o revezamento. Além das ruas, as janelas das casas estavam abarrotadas de espectadores.
No Centro Olímpico e Paraolímpico da região, a tocha passou para as mãos do ex-jogador de basquete João José Viana, o Pipoka, que foi ovacionado pelos presentes. O atleta defendeu a seleção brasileira há 13 anos e competiu em três olimpíadas. Jogou pelo Brasília de 2004 a 2007, quando encerrou a carreira.
A bibliotecária Cláudia Valentim Lopes, de 40 anos, levou a filha Rebeca Valentim, de 7 meses, para ver a passagem da tocha pelo centro olímpico. “Daqui a muitos anos, vou poder contar que ela esteve bem perto do maior símbolo dos Jogos Olímpicos”, disse.
O vice-governador do DF, Renato Santana, estava no local. “É gratificante ver a chama olímpica percorrer algumas das nossas regiões administrativas mais distantes do Plano Piloto.” Também acompanhou o evento a colaboradora do governo e esposa do governador, Márcia Rollemberg.
SIA
Antes de Taguatinga e do Riacho Fundo I, o revezamento passou pelos Trechos 1 e 2 do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Um dos condutores na região foi o ultramaratonista paraolímpico Adauto Belli, o 30º a levar a chama pelas ruas do DF nesta terça-feira (3). Cego desde os 15 anos, o atleta de 46 anos revelou ter recebido com surpresa o convite. “A tocha é um símbolo máximo das Olimpíadas, e muitas pessoas vieram aqui me assistir. Certamente várias delas vão se identificar e se inspirar.” Ele recebeu o objeto das mãos do seu guia em treinos e competições, Weimar Pettengill, e os dois fizeram o percurso a bordo de uma bicicleta adaptada. Um grupo de 15 pessoas com deficiência visual, o DV na Trilha, acompanhou a dupla.
Veja no site Vibra Brasília os detalhes sobre o roteiro da tocha na capital.
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