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09/05/2022 às 21:02, atualizado em 10/05/2022 às 08:52
No projeto Chá de Bênçãos, mulheres na fase final da gestação se reúnem com profissionais de saúde para trocar experiências
O Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Taguatinga retomou o projeto Chá de Bênçãos, na Atenção Primária. A iniciativa consiste em um ritual de relaxamento, conexão e acolhimento especial para gestantes que estejam com data próxima ao parto. Na sessão desta segunda-feira (9), a primeira depois da retomada dos trabalhos após distanciamento imposto pela pandemia da covid-19, serviu também para a doação de enxoval para as participantes.
O projeto utiliza, como técnica, sessões de bate-papo, com a presença de diversos profissionais, como doula voluntária, nutricionista, assistente social e fisioterapeuta. As grávidas, que podem estar acompanhadas de familiares, trocam experiências e expõem suas expectativas e sentimentos em relação à gestação. Cada sessão reúne dez mulheres.
Não só experiências, mas, muitas emoções também foram trocadas na reunião. Nesta tarde, grávidas, maridos e até filhos participaram das conversas. A partir de agora os encontros devem voltar a ocorrer mensalmente, sempre com acompanhamento pelas equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF) da unidade.
A nutricionista e coordenadora do Chá de Bênçãos, Odethe Oliveira, disse que a data da retomada foi escolhida devido à proximidade com o Dia das Mães. “São gestantes que moram nesta área, encaminhadas para o Chá pela equipe de Saúde da Família.”
Odethe Oliveira explicou que no encontro as gestantes falam da expectativa para o parto, de seus medos e das experiências anteriores, caso existam. “Nós profissionais também falamos da nossa experiência. Depois que termina a sessão é feita uma pintura na barriga da gestante, a qual pode ser feita pela família”, explicou. A nutricionista destacou que o Chá não tem por objetivo a educação em saúde, e sim servir como acolhimento e troca de experiência.
A doula Yorrana Cordeiro destacou a importância do acolhimento emocional às mulheres e de sanar as dúvidas das gestantes sobre o parto. “Aqui existem diversas realidades. Nós buscamos levar certo conforto para essas mulheres. Lidamos com diversas situações; são muitos contextos socioeconômicos e familiares”, explicou.
Com apenas 18 anos, a estudante Ingrid Cruz dos Santos está com 31 semanas de gestação, à espera de sua primeira filha, Paola. Ela tem receio de não conseguir ter sua filha de parto normal. “Tenho medo de cortes e da demora na cicatrização. Dizem que na cesárea a mulher demora muito para voltar a conseguir se cuidar. Já no parto normal, ouvi dizer que é tudo mais rápido.”
Ruth Lorraine da Silva, 27 anos, disse ser um “luxo” participar do evento junto com sua mãe, Eleuza Xavier. “A gente se sente muito mais segura”, afirmou a jovem mãe. Dona Eleuza teve quatro gestações e fez acompanhamento na mesma UBS, há quase 30 anos.