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14/07/2022 às 14:34, atualizado em 14/07/2022 às 15:54
Antecipação da campanha de vacinação antirrábica se soma aos trabalhos de monitoramento no Laboratório da Raiva, na Vigilância Ambiental de Zoonoses, para bloquear avanço do vírus
O registro de um novo caso de raiva humana após 44 anos sem ocorrências em Brasília fez com que o Governo do Distrito Federal (GDF) reforçasse as barreiras contra o vírus rábico nas sete Regiões de Saúde do DF. A antecipação da campanha de vacinação antirrábica de cães e gatos em 6 de julho se soma aos trabalhos de monitoramento da doença no Laboratório da Raiva, em atividade na Vigilância Ambiental de Zoonoses desde 1979.
Tanto em áreas urbanas quanto em rurais, a orientação é que todos os animais saudáveis de estimação sejam imunizados gratuitamente nos postos de vacinação (Vacinação Antirrábica 2021 – Secretaria de Saúde), mesmo os que já tenham sido vacinados há menos de um ano – período de proteção do antídoto. Atualmente há disponíveis 180 mil doses da antirrábica na Rede de Frio da Secretaria de Saúde, sendo outras 300 mil já solicitadas ao Ministério da Saúde para a campanha.
“Dado o risco de mortalidade pelo vírus da raiva, todo acidente ou contato suspeito com animais deve ser imediatamente tratado e comunicado às autoridades sanitárias para acompanhamento do caso”Laurício Monteiro Cruz, diretor substituto da Vigilância Ambiental em Saúdedireita
Letal em 99,9% dos casos, a raiva é uma doença infecciosa de origem viral que acomete mamíferos, o que inclui cães, gatos, bovinos, equinos, suínos e animais silvestres, como macacos. Aves não transmitem raiva. O vírus fica presente na saliva de animais infectados e é transmitido principalmente por meio de mordeduras e, eventualmente, pela arranhadura e lambedura de mucosas ou pele lesionada.
“Dado o risco de mortalidade pelo vírus da raiva, todo acidente ou contato suspeito com animais deve ser imediatamente tratado e comunicado às autoridades sanitárias para acompanhamento do caso, tanto da parte humana quanto da animal”, orienta o diretor substituto da Vigilância Ambiental em Saúde, Laurício Monteiro Cruz.
O tratamento humano a que se refere o sanitarista é lavar bem o ferimento com água e sabão para retirada das moléculas do vírus deixadas na superfície pelo animal. A pessoa atacada precisa procurar imediatamente atendimento médico para tomar a vacina antirrábica e/ou o soro. A vacina estimula a produção de anticorpos que vão combater a doença. O soro é o próprio anticorpo já produzido e aplicado em casos que necessitem uma ação mais rápida e emergente.
O bloqueio vacinal e de análise de possíveis casos de doença no DF é feito por meio de um trabalho integrado de órgãos capitaneado pela Secretaria de Saúdeesquerda
É na Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses, no Setor Noroeste, que funciona o Laboratório da Raiva. O espaço faz análise de materiais – parte do encéfalo – pós-morte colhidos de animais com suspeita de raiva no monitoramento de casos, produção de estudos e pesquisas relacionadas ao tema.
É muito importante procurar atendimento, por mais simples que possa parecer o ferimento e sem nenhum sintoma aparente, já que o vírus pode ficar incubado por meses até que se manifeste. “Todas as nossas atitudes (após o registro do caso de contaminação) foram rápidas e vacinar os animais é a principal delas, diante de tantas possibilidades de contágio”, explica Laurício Monteiro.
O bloqueio vacinal e de análise de possíveis casos de doença no DF é feito por meio de um trabalho integrado de órgãos capitaneado pela Secretaria de Saúde, entre eles as secretarias de Agricultura e de Meio Ambiente, a Emater e a Fundação Jardim Zoológico de Brasília, com apoio científico da Universidade de Brasília (UnB) e unidades particulares, além de médicos veterinários.