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16/11/2022 às 08:04, atualizado em 16/11/2022 às 09:51
Profissionais da Vigilância Ambiental percorrem, diariamente, todas as regiões administrativas para proteger a saúde da população e eliminar focos do mosquito Aedes aegypti
As ações de combate ao Aedes aegypti não param no Distrito Federal. De janeiro a outubro deste ano, 2.297.114 locais foram inspecionados pela Vigilância Ambiental para a verificação da presença de depósitos de larvas ou do mosquito adulto, causador da dengue, zika, chikungunya e febre amarela (urbana). No mesmo período, foram inspecionados 6.719 pontos estratégicos da luta contra o mosquito, como borracharias e ferros-velhos.
O diretor de Vigilância Ambiental em Saúde, Jadir Costa Filho, avalia que o combate é contínuo e, com o aumento do número de casos durante o período seco, tem sido intensificado. “A evolução do mosquito fez com que ele se adapte melhor e se reproduza durante a seca, mantendo a circulação do vírus por todo o ano. Então, é muito importante que a gente não pare esse trabalho, ainda mais com a chegada das chuvas, quando costuma haver número maior de casos de dengue”, afirma.
Atualmente, mais de 1,2 mil agentes atuam na Vigilância Ambiental, divididos em 15 núcleos. O trabalho inclui o monitoramento dos casos confirmados da doença e da população do mosquito, com a produção do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), pulverização de inseticida e ações de conscientização da população e manejo ambiental, além de inspeções a imóveis em todas as regiões administrativas.
Colaboração
Apesar da colaboração recorrente da população na luta contra a dengue, muitos ainda se negam a receber os agentes em suas casas. Neste ano, 479.563 locais não foram inspecionados devido à recusa dos moradores ou por estarem fechados no momento da visita. Nesses casos, o agente retorna ao local outras vezes, na tentativa de efetuar a ação de combate.
“Sabemos que os depósitos estão dentro da casa, no quintal, principalmente. Então, cada vez que alguém recusa o acesso de um agente, está impedindo uma ação de combate mais efetiva. Uma casa com muitos depósitos pode sustentar uma epidemia em determinada região”, afirma Costa Filho.
A supervisora de Vigilância Ambiental do Núcleo de Planaltina Eliana Braz relata que mesmo com argumentação dos profissionais, alguns moradores negam veementemente a entrada na residência. “Muitas vezes a gente bate na porta e as pessoas não atendem, gritam que não tem ninguém em casa, que estão sem a chave. A gente até brinca, às vezes, perguntando e se tiver um incêndio, como a pessoa vai sair de lá”, recorda.
Por outro lado, boa parte dos moradores costuma ser receptiva com os agentes. A cabeleireira Aparecida Oliveira da Cruz, 54 anos, faz parte desse time. Para ela, é muito importante atender aos profissionais e acatar as sugestões de combate. “É uma coisa muito séria. Meu filho e minha irmã já tiveram dengue hemorrágica e não quero que mais ninguém da minha família passe por isso, nem meus vizinhos”, afirma.