28/06/2016 às 18:32, atualizado em 29/06/2016 às 10:36

Divulgado nesta terça-feira (28) inventário sobre emissão de gases de efeito estufa no DF

Documento apresenta os índices de liberação de produtos na atmosfera local, como dióxido de carbono (CO2), no período de 2005 a 2012

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

A maior parte das emissões de gases de efeito estufa no Distrito Federal decorre da queima de combustíveis fósseis por uso veicular. Essa é uma das conclusões do Inventário de Emissão por Fontes e Remoção por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa do Distrito Federal, encomendado em 2012 pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural — à época, Secretaria de Agricultura.

O relatório avalia a origem e a concentração de produtos na atmosfera local, como o dióxido de carbono (CO2). Divulgados nesta terça-feira (28), durante reunião do Conselho de Meio Ambiente do DF, os dados referem-se ao período de 2005 a 2012. Com base no documento, será possível definir estratégias para reduzir a liberação desses elementos.

Até 2020, o Distrito Federal e as demais unidades da Federação precisam reduzir em 40% as atuais taxas, conforme estabelece o Decreto 7.390, de 9 de dezembro de 2010, da Presidência da República.

O documento é o primeiro estudo do gênero com recorte distrital e mostra uma situação delicada. “A taxa elevada de motorização do Distrito Federal explica o alto índice para transportes”, explica a chefe da unidade estratégica de clima da Secretaria do Meio Ambiente, Leila Soraya Menezes.

A média de 55 automóveis para cada cem habitantes — menos de dois moradores por veículo — baseia a conclusão de Leila. “O documento ainda avaliou os dados por tipo de combustível e ficou comprovado que 70% dos veículos que compõem essa taxa de emissão são automóveis, não caminhões”, afirma. Para ela, é fundamental o investimento em outros modais, como a ampliação das linhas de Metrô e da rede integrada de transporte coletivo.

Emissão anual média de gases poluentes por categoria para o DF (2005-2012)
49,05% Transporte
16,51% Indústria (em especial as produtoras de cimento)
14,28% Decomposição de resíduos
4,77% Efluentes domésticos, como esgoto
2% Queimadas

O resultado surpreende, inclusive, quando comparado à composição nacional de emissões. De acordo com o documento, se avaliada a origem da liberação dos gases de efeito estufa, no Brasil, as queimadas e o desmatamento na Amazônia e no Cerrado respondem por 79,57% da liberação. No caso de estados como o Rio Grande do Sul, que tem intensa atividade agrícola, a emissão em decorrência das queimadas representa 68,24% do total de emissões.

Como reduzir as emissões de gases de efeito estufa no Distrito Federal

A partir da divulgação do Inventário de Emissão por Fontes e Remoção por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa do Distrito Federal, a proposta é que um grupo de cientistas avalie os dados e, então, colabore para a elaboração das medidas de redução dos índices. “O inventário é uma ferramenta fundamental para o enfrentamento das mudanças do clima, uma vez que dá parâmetros para propormos planos de mitigação”, defende Leila.

Para isso, um grupo de trabalho com membros do Conselho de Meio Ambiente e pesquisadores do Distrito Federal será formado e definirá as propostas para cumprir metas de redução de gases de efeito estufa na atmosfera. Até 2020, o Distrito Federal e as demais unidades da Federação precisam reduzir em 40% as atuais taxas, conforme estabelece o Decreto 7.390, de 9 de dezembro de 2010, da Presidência da República. O relatório avaliou dados de 2005 a 2012, mas só foi concluído em dezembro de 2014. Desde então, ele estava embargado em razão de débito com a consultoria responsável pelo estudo.

Acesse a íntegra do Inventário de Emissão por Fontes e Remoção por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa do Distrito Federal

Edição: Paula Oliveira