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12/02/2023 às 14:00, atualizado em 12/02/2023 às 15:58
Para assegurar o adequado armazenamento e a correta dispensação para a população, medicamentos de uma das maiores unidades hospitalares do Centro-Oeste ficam em pontos distintos da estrutura
Um profissional, diversos papéis. Todos fundamentais para a prestação de um atendimento de excelência ao paciente. O farmacêutico atua em diferentes funções dentro de uma unidade hospitalar. Só no Hospital de Base (HB), por exemplo, existem a Farmácia Clínica, a Farmácia Hospitalar, o Laboratório Químico e a Radiofarmácia da Medicina Nuclear. Cada equipe com funções distintas que se complementam em algum momento.
Graças a uma comunicação efetiva com os demais profissionais, os farmacêuticos da Farmácia Hospitalar ajudam na identificação e prevenção dos problemas relacionados aos medicamentos, no controle de infecção hospitalar, informações para o uso seguro dos medicamentos, entre outros serviços tão importantes dentro de um hospital. “Essas ações coordenadas visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, explica a chefe do Núcleo de Insumos Farmacêuticos do Hospital de Base, Sâmara Rafaela Vieira Assunção Monteiro.
“A atuação do farmacêutico no ambiente hospitalar é sinônimo de qualidade e segurança no que se refere ao uso de insumos farmacêuticos, pois este profissional baseia suas ações no cumprimento das legislações sanitárias, mas sem perder de vista o cuidado humanizado”, destaca.
“Hoje, o laboratório clínico tem contribuído muito com a área médica, pelas diversas técnicas modernas usadas para realização de exames que podem ajudar nos diagnósticos”Lara Cristina Ferreira Malheiros, chefe do Laboratório Clínico do Hospital de Basedireita
Laboratório Químico
O Laboratório Químico é onde são realizados os exames laboratoriais. Os farmacêuticos bioquímicos trabalham na análise desses exames, fazendo a correlação com o caso clínico do paciente e, por fim, elaborando um laudo para embasar o diagnóstico, o acompanhamento ou o tratamento do paciente. “Este trabalho é de grande importância, pois o paciente precisa de um resultado de exame para o atendimento e o acompanhamento médico”, detalha a chefe do Laboratório Clínico do Hospital de Base, Lara Cristina Ferreira Malheiros.
O papel do laboratório clínico dentro de um hospital é muito importante e o farmacêutico bioquímico exerce vários papéis, como a supervisão da fase pré-analítica, o processamento da amostra, a verificação da qualidade da amostra, até a emissão do laudo. “Hoje, o laboratório clínico tem contribuído muito com a área médica, pelas diversas técnicas modernas usadas para realização de exames que podem ajudar nos diagnósticos”, destaca Lara. A equipe é composta por dez colaboradores, farmacêuticos e bioquímicos.
“O objetivo é assegurar o uso do radiofármaco correto e na dose certa para cada paciente, assim como a finalidade pretendida. Para isso, são realizadas ações de farmacovigilância, conferência das prescrições e registros eletrônicos do radiofármaco e da dispensação em doses individuais, acompanhadas de correta identificação do paciente e do medicamento”Elaine Araújo Rocha Silva, gerente de Diagnóstico e Apoio Terapêutico da Medicina Nuclear do Hospital de Baseesquerda
Radiofarmácia na Medicina Nuclear
A Radiofarmácia do Hospital de Base é responsável por todos os processos relacionados aos radiofármacos no contexto da Medicina Nuclear. É uma unidade clínica e administrativa, supervisionada por farmacêutico. A Radiofarmácia é responsável pela manipulação dos radioisótopos e radiofármacos, fracionamento e dispensação em doses individuais, respeitando os requisitos de proteção radiológica.
Os termos são complicados. Para entender melhor, os radiofármacos manipulados hoje no Hospital de Base estão relacionados principalmente aos exames realizados pelo PET-CT para os casos de oncologia, diagnóstico, estadiamento e detecção de recorrência ou progressão do câncer; e para iodoterapia nos casos de hipertireoidismo e o carcinoma diferenciado da tireoide. A Radiofarmácia é responsável ainda pelo controle de qualidade desses radiofármacos.
O trabalho da equipe de farmacêuticos busca garantir a segurança do paciente atendido na Medicina Nuclear. “O objetivo é assegurar o uso do radiofármaco correto e na dose certa para cada paciente, assim como a finalidade pretendida. Para isso, são realizadas ações de farmacovigilância, conferência das prescrições e registros eletrônicos do radiofármaco e da dispensação em doses individuais, acompanhadas de correta identificação do paciente e do medicamento”, detalha a gerente de Diagnóstico e Apoio Terapêutico da Medicina Nuclear do Hospital de Base, Elaine Araújo Rocha Silva. A Radiofarmácia conta com dois farmacêuticos bioquímicos e seu responsável técnico é o farmacêutico Ademar de Barros Lima Júnior.
Os radiofármacos se diferem dos medicamentos convencionais por apresentarem tempo de meia vida curto. Assim, eles exigem preparação pouco antes da administração, o que requer a preparação segura e efetiva tanto para o operador quanto para os pacientes, respeitando as diretrizes de proteção radiológica. Dentro da Radiofarmácia, o farmacêutico está envolvido em todas as fases da utilização do medicamento: planejamento, solicitação, recebimento e conferência dos insumos radioativos e não radioativos, assim como conferência das prescrições dos radiofármacos, documentação, manipulação, fracionamento, farmacovigilância e ensino.
“O índice de abastecimento de insumos, no último ano, alcançou patamares próximos aos de excelência, reflexo do elevado nível de dedicação e comprometimento desses profissionais, que não medem esforços em buscar sempre a melhor solução para o atendimento da rede assistencial”Savio Toledo Cavallari, gerente geral da Gerência Geral de Logística de Insumosdireita
Logística e insumos
Além das farmácias do Hospital de Base, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) conta ainda com farmacêuticos na Gerência Geral de Logística de Insumos (GGLIN), localizada no Setor de Indústria e Abastecimento. Eles desenvolvem um trabalho fundamental para garantir o adequado abastecimento de insumos às unidades de saúde administradas pelo instituto. São responsáveis pela análise de estoques de insumos; pela elaboração de elementos técnicos que subsidiam os processos de compras; pela emissão de ordens de fornecimento; pelo monitoramento das entregas dos insumos; pela análise do consumo de insumos pelas unidades de saúde; e pelo monitoramento da distribuição dos insumos às unidades geridas pelo IgesDF.
“O índice de abastecimento de insumos, no último ano, alcançou patamares próximos aos de excelência, reflexo do elevado nível de dedicação e comprometimento desses profissionais, que não medem esforços em buscar sempre a melhor solução para o atendimento da rede assistencial”, afirma Savio Toledo Cavallari, gerente geral da GGLIN.
Responsável pela aquisição, armazenamento e distribuição dos medicamentos para as 15 unidades geridas pelo IgesDF, a área abrange a Gerência de Insumos Farmacêuticos e Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), a Coordenação de Insumos Laboratoriais e a Gerência de Almoxarifado e Patrimônio.
Os farmacêuticos dessas áreas atuam nos bastidores, principalmente para que não faltem insumos nas áreas assistenciais. O gerente de Insumos Farmacêuticos e OPME, Sandro de Sousa Alexandre, explica que é durante a aquisição e programação que o farmacêutico, além de analisar o custo-benefício, elabora parecer técnico, checando os registros sanitários necessários aos produtos e avaliando a existência de queixas técnicas. Já no armazenamento, o profissional busca preservar a qualidade do medicamento que envolve não apenas o processo de produção, mas também as etapas de transporte e armazenamento adequados, para que suas características farmacológicas não sejam comprometidas.
“O farmacêutico hospitalar também realiza toda a parte burocrática e administrativa de elaboração e revisão de documentos, assim como garante o cumprimento das normas de boas práticas exigidas pela Anvisa”, esclarece o gerente. “A atuação do farmacêutico hospitalar é muito abrangente, pois ele está presente ainda nas diversas comissões hospitalares, é responsável por ações de farmacovigilância, realiza manipulação de insumos, é pesquisador, é gestor, dentre diversas outras funções”, acrescenta. Em sua equipe, Sandro tem farmacêuticos atuando na Unidade Central de Administração (Ucad), nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e em hospitais geridos pelo IgesDF.
Já a coordenadora de Insumos Laboratoriais, Regineth Cardoso Soares de Oliveira, explica que sua equipe executa as atividades relacionadas aos serviços de abastecimento em que o planejamento, a programação e a aquisição dos insumos laboratoriais têm um papel fundamental para assegurar o acesso aos exames laboratoriais clínicos para avaliação, diagnóstico, tratamento e acompanhamento do paciente. A Coordenação de Insumos Laboratoriais (COINL) é responsável por providenciar os insumos para os Núcleos de Laboratório Clínico, Núcleo de Citopatologia e Anatomia Patológica, Serviço de Banco de Leite Humano e Serviço de Hematologia e Hemoterapia, presentes nas unidades geridas pelo IgesDF.
“A gestão de logística e aquisição tem o objetivo de indicar um fluxo de abastecimento que possibilite o atendimento oportuno, a um custo racional e com qualidade, além da não ocorrência de faltas, excedentes e perdas por erros de projeção de demandas”, detalha a coordenadora. “Assim, é fundamental contar com uma equipe qualificada para desenvolver todas as etapas desse processo, dentro das exigências legais e administrativas que devem ser cumpridas”, conclui Regineth.
*Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde