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26/02/2023 às 11:04, atualizado em 03/03/2023 às 15:49
Subtenente da corporação é o primeiro brasileiro a ser certificado no Método Arcón, que prioriza autonomia e concentração de cães no salvamento de pessoas soterradas
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi a primeira corporação do Brasil a conquistar um certificado no Método Arcón – sistema de treinamento de cães para o salvamento humano. Há mais de uma década estudando as técnicas, o subtenente Ademar Barros concluiu o curso de formação neste mês, no Equador. Em breve, voltará ao país para repassar o conhecimento aos colegas do DF e de outras unidades da Federação.
Capacidade ampliada
“Para o Brasil, ter um instrutor certificado significa aumentar a capacidade de salvamento de vidas, da detecção de explosivos por cães e de restos humanos. Fui enviado para absorver o conhecimento e poder repassar a todos que procurarem o batalhão”, ressalta Barros. “É uma satisfação imensa levar a técnica para o Brasil. Agradeço demais à PMDF por acreditar em mim e proporcionar esta oportunidade de capacitação.”.
“São sete técnicas condutuais, em que o cão não tem apoio do adestrador – ele trabalha só, e com isso consegue desenvolver a própria estratégia de busca, blindado a despeito dos extratores visuais e odoríferos”Subtenente Ademar Barrosesquerda
A metodologia estabelece que os cães devem trabalhar sozinhos nas buscas, para explorar ao máximo a capacidade olfativa e psíquica. Desta forma, são otimizados os níveis de motivação, concentração e autonomia. O sistema foi desenvolvido pelo bombeiro espanhol Jaime Parejo, em 1994, após 12 anos de estudo, e recebeu o nome do cão que o acompanhava nos resgates.
“São sete técnicas condutuais, em que o cão não tem apoio do adestrador – ele trabalha só, e com isso consegue desenvolver a própria estratégia de busca, blindado a despeito dos extratores visuais e odoríferos”, explica Barros.
O segundo-tenente Luiz Roberto Albuquerque, comandante do 4º Pelotão do BPCães, explica que o conhecimento pode ser aplicado em casos de desastres naturais ou decorrentes de ações humanas. Cita, como exemplo, as tragédias registradas em Brumadinho (Minas Gerais) e os terremotos que atingiram a Síria e a Turquia.
“Serve para salvar vidas em casos como esses, mas também pode ser aplicado na detecção de explosivos e narcóticos, tendo em vista que explora o olfato e capacidade psíquica do cão”, pontua Albuquerque. “A corporação está orgulhosa pela conquista do subtenente, e esperamos capacitar o maior número possível de profissionais.”