18/03/2023 às 12:17, atualizado em 18/03/2023 às 13:52

Território Criativo vai a São Sebastião e Varjão

Programa de incentivo à economia criativa tem nova etapa; na ação, comunidades têm acesso a mutirão para obtenção do Cadastro de Entes e Agentes Culturais

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

O Programa Território Criativo, política de Estado instituída pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) para fortalecer as cadeias produtivas das artes no Distrito Federal, começou esta semana sua edição 2023 – passando por São Sebastião e Varjão. Até meados do ano, a ação batizada Caravana Território Criativo vai visitar também as regiões administrativas do Itapoã, Paranoá, Planaltina, Riacho Fundo, Arniqueira e Gama, num total de seis ações com as cidades agrupadas em microrregiões.

Em 2022, o Território Criativo atendeu cerca de 700 pessoas em seis microrregiões do DF. Este ano, mais 200 devem ganhar condições de concorrer aos editais

A intérprete de Libras Bárbara Barbosa preparou uma abordagem sobre acessibilidade que quer muito mais que frisar a importância da língua brasileira de sinais. Nessa atividade profissional, desde o primeira apresentação com tradução/interpretação no DF, em 2006, ela buscava sensibilizar uma audiência sem pessoas com deficiência (PcD) para a importância da inclusão delas, como produtores e como público, quando chegar a hora de assumirem lugares de agentes de cultura na cadeia da economia criativa.

“Quero passar para os jovens que acessibilidade é ampliar o acesso e a compreensão nos eventos e espetáculos. Depois de apresentações com os dois públicos, os ouvintes e os surdos, já constatei que falam das mesmas coisas e com o mesmo entusiasmo”, assevera.

No palco, à tarde, ao lado da palestrante Luciana Alencar, ela sabia que roubava parte da atenção dos estudantes. “Eles ficam de olho em mim para saber como vou traduzir as coisas que a colega dizia”. Explicou que tem entre três e cinco segundos entre ouvir a fala do palestrante e decidir os gestos que vão dar conta do sentido.

Carol Peres, coordenadora administrativa da Lente Cultural, organização da sociedade civil encarregada de tocar a caravana até junho, explica que os frutos da iniciativa ficam visíveis apenas dois a três anos adiante. Os potenciais empreendedores levam esse tempo para escolher uma atividade, ter um portfólio, tirar o Ceac e formalizar o primeiro projeto com chances de aprovação. “É uma experiência incrível, que muda a chave na cabeça deles. Ano passado, no Sol Nascente, formalizamos 22 Ceacs. Estamos torcendo”.

Outra atividade no pacote da Caravana nesta etapa é um encontro com a contadora Dayse Reike, com experiência de mais de 30 anos em contabilidade comercial e atuante no acompanhamento e apoio às atividades de criação. Ela orienta sobre as possibilidades de se tornar um MEI. O público para esse assunto, adulto, é recebido no terceiro turno do dia, que funciona até as 22h. “Podemos chamar de assessoria. Mas, mais que isso, faço o trabalho de formalização. Muita gente vem se informar e já sai com o MEI pronto”, explica.

Em 2022, o Território Criativo atendeu cerca de 700 pessoas em seis microrregiões do DF. Este ano, com menos ações, mais 200 devem ganhar condições de concorrer aos editais. “Ao final do programa, vamos contabilizar os frutos. São Ceacs novos, mais portfólios, mais gente preparada para concorrer aos editais, mais microempreendedores. Sabemos que as sementes estão lançadas. Confiamos que estamos no caminho certo”, acredita Carol. As expressões dos estudantes no Chicão pareciam lhe dar razão.

*Com informações da Secec-DF