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06/04/2023 às 15:19, atualizado em 06/04/2023 às 15:46
Secretaria de Saúde, Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde e Escola de Aperfeiçoamento do SUS realizam evento em alusão ao Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril
A retomada de ações em saúde após o período mais grave da pandemia da covid-19 foi destaque no II Seminário Distrital de Promoção da Saúde, realizado na quarta-feira (5). Promovido pela Secretaria de Saúde (SES-DF), em parceria com a Escola de Aperfeiçoamento do SUS (EapSUS) e a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), o evento faz alusão ao Dia Mundial da Saúde, que é celebrado nesta sexta-feira, 7 de abril, e tem como tema este ano Saúde para Todos.
Durante o seminário, quatro práticas exitosas do DF foram apresentadas para partilhar boas experiências entre as diferentes Regiões de Saúde. Os exemplos foram desde ações sociais para a população a cuidados com os próprios profissionais.
Representando a secretária de Saúde, o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-DF, Divino Valero, pontuou que o mundo e a saúde estão em transformação e que é fundamental pensar as políticas públicas. “Temos excelentes profissionais e queremos ser âncora permanente das discussões e propostas”, frisou.
Já a equipe da UBS 1 de Águas Claras compartilhou a iniciativa Horta Comunitária Terraterapia. A nutricionista Jesuana Oliveira explicou que toda a produção é utilizada no próprio grupo. “Além da convivência, também promovemos educação em saúde com oficinas”, contou no seminário. A horta – que fica ao lado da unidade de saúde – inclui hortaliças e fitoterápicos. Para tornar a ideia possível, a equipe de saúde firmou parcerias com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), que fornece insumos e equipamentos, com a faculdade Unicesp e residentes. A melhoria da saúde mental dos participantes é o principal ponto.
O Grupo Ipê – Caminhando pela Vida utiliza caminhadas em torno da UBS 4 do Recanto das Emas como estratégia de promoção da saúde. O grupo, cujos encontros são abertos à comunidade e ocorrem duas vezes por semana, conta com mais de 130 inscritos. A prática regular de atividade física aliada à recuperação de laços sociais e à ocupação da cidade de forma saudável são resultados que repercutem no trabalho psíquico após o cenário pandêmico.
“Essa prática serve para repensarmos o espaço terapêutico para além da clínica, da sala fechada. Durante a caminhada, as pessoas conversam entre si e têm acesso aos profissionais. Lembro de uma paciente que ao final agradeceu por termos ajudado, sem sequer ter recebido atendimento compartilhado ou individual. A partir disso, verifiquei que uma prática coletiva como essa possui muito mais impacto do que é possível imaginar”, declarou Gabriel Baliza, residente de psicologia participante do grupo.
A Gerência de Serviços da Atenção Primária 4 de Planaltina-DF (GSAP 4-PLA) promove ações de promoção da saúde para os profissionais que compõem as equipes de Saúde da Família (eSF) que a integram. A partir da identificação do adoecimento e do sofrimento psíquico oriundos da sobrecarga de trabalho durante a pandemia da covid-19, foi elaborado o projeto Reset, cujo intuito é restabelecer a saúde do trabalhador e instaurar ações contínuas de promoção da saúde. “Com essas nossas ações e eventos, buscamos também trabalhar a educação em saúde. Conseguimos observar o reflexo disso dentro do acolhimento, dentro da estratificação de risco, e no desempenho dos servidores da unidade”, confirmou Verônica Tolentino, enfermeira da GSAP 4-PLA.
A iniciativa, que já contou com duas edições e a participação de 70 profissionais, revela a importância de tratar da saúde do trabalhador. “A promoção da saúde começa primeiro conosco [os profissionais]. Para a aplicarmos em nossa prática, precisamos primeiro acreditar e praticá-la. Só a partir do momento em que conseguimos inseri-la em nosso dia a dia é que somos capazes de levá-la também aos outros. A promoção vem para cuidar também de quem cuida”, ressaltou o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano Martins.
. Para a aplicarmos em nossa prática, precisamos primeiro acreditar e praticá-la. Só a partir do momento em que conseguimos inseri-la em nosso dia a dia é que somos capazes de levá-la também aos outros” | Foto: Tony Winston/Agência SaúdePalestras
Pela manhã, a professora do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB) Dais Rocha apresentou a palestra Potencialidades e Desafios para o Monitoramento e Avaliação da Promoção da Saúde no Distrito Federal. Ela recapitulou sobre a primeira edição do seminário, que ocorreu em 2018, e orientou os profissionais da área a investirem em intercâmbio das melhores práticas entre as regiões e registrar tudo o que for promovido. “Vivemos o desafio de muita gente fazendo ações de promoção à saúde e não há registros. Isso é importante para o financiamento”, alertou.
Durante a tarde, as ações estratégicas de promoção da saúde desenvolvidas pela SES-DF foram apresentadas pelo Comitê Central de Promoção da Saúde. Atuante desde 2011, sua função primordial é apoiar a implementação das estratégias no DF. Trata-se de um grupo intersetorial, formado por membros da Subsecretarias de Vigilância à Saúde (SVS) e da Subsecretaria de Atenção Integral à Saúde (SAIS), de caráter consultivo.
Com o forte trabalho desenvolvido durante a pandemia da covid-19 (com a maioria das 55 ações intersetoriais pactuadas executadas), o comitê possui como desafio principal a retomada do protagonismo pelas iniciativas de promoção da saúde. “Estamos ainda em um processo pós-covid. Temos que priorizar as atividades coletivas, fortalecer os nossos programas estratégicos junto à população. Precisamos fazer com que se perceba que a promoção da saúde é importante, com políticas públicas articuladas e integradas no território. É preciso ter uma comunidade empoderada para a promoção e defesa da saúde e da vida”, defendeu Kelva Aquino, representante do comitê distrital.
*Com informações da Secretaria de Saúde