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28/04/2023 às 09:17, atualizado em 28/04/2023 às 10:16
Mesa-redonda compartilhou diferentes iniciativas envolvendo inteligência artificial e plataforma de monitoramento de dados, por exemplo
O uso de recursos tecnológicos aplicados ao atendimento pediátrico marcou o quarto dia do Congresso Internacional da Criança com Condições Complexas de Saúde. Os participantes da mesa-redonda Tecnologias e a Cura compartilharam, nesta quinta-feira (27), experiências vividas nas instituições onde atuam.
O médico Jorge Bezerra, do Cincinatti Children’s Hospital Medical Center (Ohio, EUA), iniciou a programação vespertina com uma palestra sobre organoides humanos em sistemas modelo. O especialista explicou que os organoides – espécie de minitecidos humanos obtidos de forma laboratorial – “podem ser usados para estudar doenças complexas, medir a toxicidade do tratamento e fazer uma medicina individualizada”.
A oncologista do HCB Simone Franco apresentou o histórico dos transplantes de medula óssea realizados pelo hospital: de 2019 a 2022, foram 56 transplantes com medula retirada da própria criança. Em 2022, ano em que o hospital iniciou os transplantes com medula de doador, foram realizados 19 transplantes em que a doação foi feita por parentes do paciente.
Durante a mesa-redonda, a imunologista do HCB Fabíola Scancetti ressaltou a trajetória da equipe – que, além do tratamento individualizado, tem grande dedicação ao ensino e à pesquisa – e destacou que os profissionais envolvidos no atendimento configuram “tecnologias poderosas” a serviço das crianças. “Quando associamos o cuidado central no paciente com a atenção interdisciplinar, temos uma receita para o sucesso”, disse.
A médica Irene Kazue Miura, do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, abordou os desafios no cuidado de crianças submetidas a transplantes hepáticos. Com casos clínicos e estatísticas, ela explicitou intercorrências pelas quais os pacientes podem passar. “A cirurgia, em si, é a ponta do iceberg. Tem uma gama de complicações que podem acontecer”, alertou.
Composta principalmente por médicos, a mesa-redonda teve ainda uma abordagem da tecnologia sob o ponto de vista de um usuário dos serviços de saúde. Jac Fressato, fundador do Instituto Laura, contou como a experiência com questões de saúde da própria filha o inspirou a criar a robô Laura, primeira plataforma de inteligência artificial gerenciadora de risco do mundo.
“Decidi pegar o conhecimento que eu tinha das artes de informática e de processos e entender como revisitar processos tradicionais para reduzir a fila dos que não precisam da atenção de alta complexidade”, relatou. Com esse ponto de partida, ele aliou a inteligência artificial à escala de risco de diferentes hospitais, criando um algoritmo que chama a atenção para pacientes que estejam entrando na curva de risco.
*Com informações do HCB